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Coplacana apresenta projeto para produção de biodiesel

O projeto Biodiesel é a "menina dos olhos" da cooperativa


O ano de 2007 deve ser de realizações para a Afocapi e a Coplacana. A Associação dos Fornecedores e a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo estão cheias de projetos para o próximo ano, mas os dois principais somente devem ser concretizados a partir do segundo semestre: o Projeto Coplacana de Produção de Biodiesel e a comercialização de leite e derivados com a marca Coplacana, que assumirá a Cooperativa de Leite de Piracicaba, atualmente abandonada.

O projeto Biodiesel é a "menina dos olhos" da cooperativa, de acordo com seu presidente, José Coral, e deve beneficiar os 5.500 associados da região, 3.000 deles somente de Piracicaba.

A idéia é dar estrutura para o produtor, fornecendo sementes, insumos (fertilizantes e defensivos) e assistência técnica. "Vamos ajudar na colheita, dar estrutura para os produtores secar os grãos com os silos que estamos contratando e estão sendo instalados na rodovia do Açúcar, em frente à Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba)", disse Coral. "O biodiesel produzido vai retornar aos agricultores em forma de biodiesel pronto".

Segundo ele, a partir das técnicas fornecidas pela cooperativa, os produtores terão condições para plantar, aproveitando a renovação de lavouras, menos prejudicial ao solo do que quando não há plantio ou a cana é cultivada já na seqüência da colheita. "Temos condições de fornecer de ponta a ponta, produzir o biodiesel e distribuir na zona rural para a grande maioria dos agricultores que hoje tem os tanques de mil até 3 mil litros."

A previsão é que sejam produzidos 15 mil litros de biodiesel por dia, a partir de investimentos na ordem de R$ 8 milhões, provenientes de recursos da própria Coplacana. "A extração do óleo deve custar R$ 1 milhão pela cotação que nós já temos e o mais caro seria a planta", disse Coral.

A cooperativa já contratou assessoria técnica, o pólo, a usina e os equipamentos - silos e moedor -, que fazem parte da própria extração. Coral ressalta que se trata de uma usina piloto, uma das primeiras ligadas ao setor canavieiro. No futuro, os cooperados pensam em incluir áreas de cana onde há problemas por causa da queimada, substituindo-as pela soja, utilizando maquinário mais moderno para a colheita, na tentativa de gerar mais renda e trabalho para o município. "O projeto está pronto e será modelo para todo o Estado via cooperativa. Deverá entrar em funcionamento no final de 2007 ou no próximo plantio de cereais, na renovação do solo, pois vamos precisar de parte da matéria-prima que é a soja", contou o presidente da Afocapi.

Ele acredita que o uso de soja nessas áreas de renovação de canaviais resolveria pelo menos parcialmente o problema dos terrenos com declive. A existência do canal fluvial de Conchas facilitará o escoamento da soja, matéria-prima que será usada no projeto, para a região de Piracicaba.

O terreno disponível para o plantio é em torno de 35 mil hectares de áreas de renovação, parte pertencente aos fornecedores de cana e outra parte da própria usina. Para a indústria, porém, serão usados cerca de 6 mil hectares, espaço equivalente ao tamanho de até quatro usinas do porte da associação.

Produção:

Em entrevista coletiva realizada na quarta-feira (27-12) na sede da Canagro, o presidente da Afocapi apresentou um balanço do setor em 2006 e traçou as perspectivas para o próximo ano.

Segundo José Coral, a produção de cana na macrorregião de Piracicaba, composta por 35 municípios, 31 unidades industriais e quase 5.487 fornecedores foi de 37,2 milhões de toneladas, 4,87% a mais do que a safra anterior. Isso equivale a 14% da produção do Estado de São Paulo, a 10% na região Centro-Sul e a 9% da produção nacional.

Foram ainda produzidas na macrorregião, 2,7 milhões de toneladas de açúcar e 1,455 bilhões de litros de álcool, sendo 720 milhões de anidro e 735 milhões de hidratado. “Um crescimento de 12% em função do ano mais seco, que rendeu uma cana mais rica. Isso pode não ser tão bom para o próximo ano, porque a brota da cana acaba vindo meio regular, embora esteja chovendo e a cana se recupere facilmente”.

Especificamente em Piracicaba, a produção da cana foi de 4 milhões de toneladas, sendo metade vinda dos 852 fornecedores - 90% pequenos e médios, “uma verdadeira reforma agrária na região”, segundo Coral - e outros 2 milhões de toneladas pelas usinas.

Na área de abrangência da Afocapi (35 municípios), foram 7,1 milhões de toneladas de cana, produzida pelos 3.801 fornecedores associados, o que, na opinião do presidente da associação, “daria para virar no mínimo três boas usinas”. Para 2007, a projeção é de 10% de crescimento.

Coral falou da previsão de produção para 2012, quando 26 milhões de veículos devem estar rodando pelas ruas, 48% serão de carros bicombustíveis e 52% a gasolina. Este ano foram exportados até o início de dezembro 3 bilhões de litros de álcool e mais 500 milhões estão previstos até o último dia do ano. “Só não estamos exportando mais porque o estoque está baixo e a infra-estrutura ainda é insuficiente”.

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