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Corredor Interoceânico ligará Porto de Santos ao mercado chinês

O corredor está com obras avançadas e deve ser inaugurado nos primeiros meses de 2012


Ligação direta entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O que era um mero sonho até poucos anos atrás está prestes a se tornar realidade. Trata-se da construção do Corredor Interoceânico, que ligará por meio de rodovias o Porto de Santos, no Brasil, aos portos de Arica e Iquique, no Chile, passando também pela Bolívia. O corredor está com obras avançadas e deve ser inaugurado nos primeiros meses de 2012. Durante o Encontro Empresarial Brasil-Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o classificou como “projeto social e logístico sem precedentes na América”.

“Assinamos acordos entre a Receita Federal do Brasil e o Serviço de Aduana chileno que facilitarão justamente este Corredor Interoceânico. E faremos o mesmo com a Bolívia. Queremos aumentar o fluxo de cargas entre os três países e a ligação por terra entre os portos de Arica, Iquique e Santos será um feito fantástico. E vocês não têm a noção do alcance social do projeto. Levaremos dinheiro, emprego, renda para a Bolívia. E com vizinhos fortes, seremos mais fortes. Se os iguais se derem as mãos, a chance de ficarmos ricos é muito maior”, disse Lula, em São Paulo.

Discursos à parte, são inegáveis as vantagens o Corredor Interoceânico trará ao Brasil. Ele ligará o País ao Chile e os oceanos Atlântico e Pacífico. Facilitará a saída e chegada de cargas oriundas da China, país que mais cresce no planeta mesmo em meio à temida crise mundial. Integrará de vez a Bolívia às rotas comerciais da América do Sul, dando um impulso à produção agrícola boliviana e possibilitando a chegada de empresas brasileiras e chilenas ao país comandado por Evo Morales. E, por fim, acelerará o desenvolvimento dos portos chilenos de Arica e Iquique.

“Trata-se de uma grande estrada de 3,8 mil quilômetros que agilizará em semanas o comércio do Brasil com a China e as ligações do Chile com a Europa e a África. Todo mundo sai ganhando com o Corredor Interoceânico. O trecho brasileiro está pronto e englobará o Mato Grosso e São Paulo. A parte chilena é bem curta e está finalizada. O que esperamos é o trecho de 1,8 mil quilômetros que rasga a Bolívia. Há a promessa do presidente Evo Morales que tudo será agilizado e o cronograma não sofrerá atrasos”, comentou o ministro de Obras do Chile, Sérgio Bitar.

Os portos chilenos de Arica (especializado em exportação de grãos) e Iquique (zona franca de escoamento de produtos industriais) foram os escolhidos para o corredor. Com sua movimentação atrelada à produção boliviana, o Porto de Iquique hoje é responsável por 65% do que passa nos portos do Chile. Já o Porto de Arica quase causou, no começo da década, o rompimento entre chilenos e bolivianos, pois ele foi privatizado e, assim, acabou a livre passagem dos produtos bolivianos por lá, algo previsto desde 1904, quando a Bolívia perdeu sua saída ao mar para o Chile.
 
           Mapa mostra as principais regiões que o Corredor atravessa

“O fato é que quem quer aparecer para o mundo precisa aparecer para o Brasil. E nós buscamos isso. Fizemos a lição de casa, que era conceder o uso de aeroportos, portos e estradas à iniciativa privada. Agora, partimos para ações externas, como essa ligação com Brasil e Bolívia. Junto com os acordos de livre comércio assinados com pelo menos 56 nações, posso dizer que trilhamos o caminho certo. E 2012 chegará logo para provarmos isso”, destacou o ministro de Economia do Chile, Hugo Lavado Montes.

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