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Cosan adia planos para novas aquisições


O Grupo Cosan, da área de açúcar e de álcool, informou que vai colocar os planos de fusão e aquisições em compasso de espera, neste ano, devido à atual instabilidade econômica nos mercados local e internacional.

"Vamos esperar que o novo governo se consolide e que a economia e o câmbio se estabilizem antes de fazer mais investimentos", declarou o diretor da Cosan, Pedro Idsamu Mizutani, à agência Dow Jones Newswires.

Posição agressiva

A companhia vinha mantendo uma posição agressiva nos últimos anos, adquirindo nove usinas sucroalcooleiras locais bem como juntando forças, em 2000, com dois parceiros franceses: o grupo do setor de açúcar Union des Sucriéres et Distileries Agricoles, conhecido como Union SDA e a trading Sucres et Denrées (Sucden).

Juntas, elas formaram a Franco Brasileira S. A. Açúcar e Álcool (FBA), na qual a Cosan e a Union SDA detêm uma participação de 47,5% cada, enquanto a Sucden é titular dos restantes 5%. Segundo Mizutani, o novo presidente Luís Inácio Lula da Silva até agora tem-se mostrado muito favorável ao setor sucroalcooleiro.

"O desempenho do governo tem sido muito positivo até agora, conseguindo manter o real sob controle. Se as atuais condições prevalecerem, poderemos voltar ao mercado em um ano", afirmou Pedro Idsamu Mizutani.

O atual cenário, com os preços do açúcar altos, também não está favorecendo o clima para fusões, ou aquisições em um setor ainda dominado por empresas familiares", acrescentou o executivo.

Acordo difícil

"Com os preços do açúcar tão altos é difícil chegar a um acordo sobre vendas. O vendedor trabalha com o cenário em que os preços vão continuar nos atuais altos patamares para sempre, enquanto o comprador vai operar com o pior cenário de preços possível", afirmou Pedro Mizutani.

Nesse ambiente, as únicas oportunidades de compra no setor sucroalcooleiro ocorrem quando há luta interna entre os membros de uma família, acrescentou ele.

O setor de açúcar e de álcool no Brasil é muito pulverizado, com 294 usinas situadas só na região Centro-Sul, das quais 212 são de propriedade familiar.

"A tendência em outros países é de cinco, ou seis grandes grupos dominarem a produção", disse o executivo do Grupo Cosan.

As companhias européias estão especialmente interessadas no mercado brasileiro devido aos baixos custos da produção, alta produtividade e desregulamentação do setor, acrescentou ele.

"São Paulo tem o custo de produção mais baixo do mundo, situado em torno de US$ 112 por tonelada, comparado com a média mundial de US$ 330 por tonelada", disse Mizutani.

O Brasil, maior exportador mundial de açúcar, deverá produzir 282 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na principal região produtora, o Centro-Sul, no ano-safra 2003/04, uma alta se comparado com as 269 milhões de toneladas da anterior.

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