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Cotação do feijão sobe em plena colheita

A cotação já se valorizou 5,7% desde o início da safra, em meados de dezembro


Em plena época de colheita, o preço do feijão está em alta. A cotação do grão já se valorizou 5,7% desde o início da safra, em meados de dezembro. A razão do movimento atípico está na baixa oferta de grãos de qualidade no mercado.

"As chuvas contínuas afetaram muito o aspecto do produto", explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Tiago Sarmento Barata.

Ele informa que poucos negócios com o extra-novo vêm sendo feitos na Bolsinha do Feijão. Ontem não teve cotação, por falta de oferta, mas na quarta-feira a saca de 60 quilos foi vendida a R$ 73, contra os R$ 70 registrados na semana passada. Com a trégua das chuvas contínuas nas principais áreas produtoras - localizadas no Paraná e em São Paulo - a expectativa do mercado é que as cotações desse grão recuem já na próxima semana.

Os outros tipos, de menor qualidade, já estão com o preço 40% menor, de acordo com o administrador da Bolsinha do Feijão, Valdemar Ortega. "A queda tende a se acentuar", diz. Segundo ele, neste momento, não é a oferta da safra que está determinando essa queda, mas a reduzida qualidade do feijão colhido. Nesta semana, as negociações com entrega em São Paulo variaram de R$ 60, no caso de grão com qualidade melhor, a R$ 20, os de pior aspecto. "Em muitos casos, o valor da venda ficou abaixo do custo de produção (na lavoura), que é de R$ 40 a saca", compara Ortega.

No Paraná, maior produtor nacional de feijão - com produção estimada de 631 toneladas - não há dados consolidados sobre os prejuízos na lavoura, de acordo com Margoreth Demarchi, engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral). No entanto, em alguns importantes municípios produtores a quebra está sendo estimada em níveis superiores a 50%. É o caso de Prudentópolis, região de Guarapoava, que responde por 10% do feijão preto produzido no país. Lá, as perdas na lavoura estão próximas de 70%, por conta de chuvas contínuas que caem desde o dia 26 dezembro, conforme explica a engenheira agrônoma da secretaria de agricultura local, Márcia Rios.

Ela informa que ontem foi protocolado no governo do Paraná um pedido oficial de ajuda ao município. Isso porque o feijão representa 70% das áreas cultivadas no município. São cerca de 6,5 mil propriedades rurais, nas quais a cultura é desenvolvida principalmente por agricultores familiares.

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