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Cotação do milho foi a que registrou a maior alta em 2006

O milho foi o produto que mais se valorizou nas bolsas internacionais este ano


O milho foi o produto que mais se valorizou nas bolsas internacionais este ano. Uma safra menor nos Estados Unidos e o temor de desabastecimento devido às metas de produção de etanol naquele país até 2012 fizeram com que os preços do grão subissem 76,11% na Bolsa de Chicago, na comparação com o encerramento de 2005. Em 2002 os Estados Unidos divulgaram uma meta de chegar a 2012 com produção de 7,5 bilhões de galões de álcool etanol - hoje a produção é de 4,8 bilhões de galões - para aumentar a produção do combustível alternativo ao petróleo.

"O problema é que este ano o mercado esperava uma colheita 290 milhões de toneladas nos Estados Unidos e consolidaram-se apenas 272 milhões. Esse é o principal motivo para a disparada de preços", diz o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Segundo ele, até setembro as cotações em Chicago estavam em um patamar entre US$ 2,20 e US$ 2,30 por bushel. Em outubro, quando iniciaram as previsões de uma safra menor - e com a confirmação disso pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) em novembro - é que os preços se elevaram para patamares entre US$ 3,5 e US$ 4 por bushel.

"A verdade é que isso foi o motivo principal, já que com uma safra conforme a esperada anteriormente a disparada do milho poderia acontecer com muito menos intensidade", diz Molinari. Segundo ele, não houve outras quebras de safra no mundo que justificassem a alta nos preços do grão, já que China e América do Sul não tiveram surpresa em suas produções.

Os contratos do suco de laranja tiveram o segundo maior aumento de preços no ano depois do milho, passando de 121,95 centavos de dólar por libra-peso no último dia de 2005 para 196,15 centavos de dólar ontem em Nova York.

Em agosto deste ano a expectativa de que a temporada de furacões nos Estados Unidos tivessem o impacto destrutivo de 2005 levaram os preços do suco a seu maior valor desde 1990, chegando a 176,5 centavos de dólar por libra-peso.

Os furacões não trouxeram prejuízos às regiões produtoras nos Estados Unidos, mas mesmo assim em outubro deste ano os contratos subiram 15,3% no mês, o mais longo período de alta desde dezembro de 2004. O motivo foi a previsão de uma produção de laranja da Flórida no seu nível mais baixo dos últimos 17 anos em 2007. Segundo analistas de mercado, a expectativa era baseada nos danos causados pelos furacões ainda em 2005. Soma-se o clima seco nos Estados Unidos este ano tirando umidade importante para o desenvolvimento da fruta e também a preocupação com o cancro cítrico. A doença pode limitar a produção por mais dois anos se não controlada.

O trigo teve a terceira maior elevação de preços este ano, de 46,24% em Chicago. Os motivos foram quebras de safra em grandes produtores como a Austrália e a China. Esta última ainda deve anunciar uma redução na produção que poderá chegar até 10% de suas mais de 100 milhões de toneladas tradicionais.

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