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Cotação do suíno tem aumento de 61% no MT

Nas principais regiões produtoras do MT, o produto estava cotado ontem por até R$ 2,20 o quilo vivo, contra R$ 1,30 do começo do ano


Produto mais valorizado no ano, a carne suína vem alcançando uma boa recuperação de preços para o produtor. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), as cotações de outubro apontam crescimento de até 61% nos preços do suíno em pé.

Nas principais regiões produtoras do Estado, o produto estava cotado ontem por até R$ 2,20 o quilo vivo, contra R$ 1,30 do começo do ano. Já a carcaça estava sendo vendida, em média, por R$ 3,50/Kg. Em outras regiões do país, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA/USP), o produto que mais valorizou no mês de outubro também foi o suíno, 12,6% a mais nas cotações.

Para o gerente administrativo da Acrismat, Custódio Rodrigues de Castro Júnior, a reação dos preços do suíno em Mato Grosso ocorreu em função do aumento da demanda e do consumo interno neste período do ano. Segundo ele, o mercado consumidor tende a ficar ainda mais aquecido até o final de novembro, já que as indústrias compram mais para estocar para o Natal.

No segundo semestre, a média de abates é de 80 mil a 90 mil cabeças por mês, um acréscimo de até 30% em relação ao volume abatido no começo do ano (70 mil suínos).

Empate:

Ter uma valorização superior às demais carnes não significa, no entanto, ganhos maiores aos produtores de suínos, de acordo com representantes do setor. "O que aumentou não foi para o nosso bolso, foi para compensar o preço dos insumos", explica Rubens Valentini, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Ele diz que o preço do suíno atualmente, em muitos casos, empata com o custo de produção.

“Na verdade, o setor está pagando os prejuízos do passado”, observa Custódio Rodrigues, da Acrismat. “Os custos no primeiro semestre situavam-se em torno de R$ 1,50/Kg e, os preços para o produtor, às vezes não chegava a R$ 1,40/Kg em Mato Grosso. A atividade estava deixando de ser rentável e a maioria dos produtores estava em dificuldades”.

Na avaliação de Custódio, a melhora nas cotações vai permitir apenas uma recuperação do que o setor já perdeu este ano. “Pode sinalizar ganhos a partir de 2008. Por enquanto estamos apenas empatando”, disse, lembrando que os custos de produção – formados em sua maior parte pelos preços do milho, farelo de soja e rações - “subiram muito” este ano.

Para o gerente da Acrismat, as perspectivas para a suinocultura mato-grossense são muito boas devido aos investimentos que estão sendo realizados no Estado. “Grandes indústrias estão chegando a Mato Grosso e este é um ótimo indicador de crescimento da atividade e de melhorias para os produtores”.

Com um rebanho de 1,1 milhão de suínos – sendo 184 mil matrizes comerciais e oriundas de criatórios - Mato Grosso ocupa atualmente a 5ª colocação no ranking dos maiores produtores do Brasil. “Com os investimentos que estão sendo feitos, a nossa expectativa é ficarmos entre os três maiores produtores em um período de dez anos”, prevê Custódio.

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