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Cotações da soja voltaram a ganhar força em janeiro

Preços da soja devem seguir firmes em Chicago ao longo dos próximos meses


Foto: Pixabay

As cotações da soja voltaram a ganhar força ao longo de janeiro em Chicago com o contrato de 1º vencimento fechando o mês negociada a USD 13,7/bu, alta de 4% sobre o fim do mês anterior, após ter alcançado as máximas desde meados de 2014 no meio do mês, sendo negociada acima dos USD 14,3/bu. No entanto, para março/22, contrato que reflete parte da safra brasileira do ano safra 21/22, os preços em Chicago andaram praticamente de lado.

O aumento das cotações em Chicago ocorreu a reboque da revisão para baixo da produção nos Estados Unidos pelo USDA e da revisão para cima, mesmo que tímida, das exportações do país, o que deixou as estimativas do balanço local muito apertadas. A relação estoque/uso no país para o final da safra 20/21 é de 3,1%, menor valor desde a safra 13/14, que foi de 2,6%. O USDA também cortou a produção prevista na Argentina em 2 milhões de toneladas contribuindo também para uma redução dos estoques globais, os mais baixos desde a safra 15/16.

Ventos favoráveis às cotações sopraram também do mercado financeiro, que diante da sinalização de pacotes adicionais de estímulos à economia, notadamente nos Estados Unidos após a eleição de Biden, estimularam o aumento da posição de fundos nos mercados de commodities.

No Brasil, a alta das cotações na CBOT atrelada à desvalorização cambial e ao atraso na chegada de um volume mais significativo de soja ao mercado ajudam a explicar as elevações da oleaginosa em janeiro. Em Sorriso-MT, por exemplo, a saca da soja fechou o mês a R$ 151,4/sc, elevação de 4,3%. Com pouca soja e, consequentemente baixo esmagamento, os preços do farelo também subiram expressivamente ao longo de janeiro.

Conforme as perspectivas do relatório Agro Itaú, os preços da soja devem seguir firmes em Chicago ao
longo dos próximos meses. Mesmo que não tenhamos perdas adicionais nas safras brasileira e argentina diante da redução das preocupações climáticas face às boas precipitações observadas em grande parte dos dois países nos últimos dias, o cenário é de balanço extremamente apertado no mundo e nos Estados Unidos. Aliás, dada a velocidade de contratação das exportações de soja dos americanos, não se pode descartar a hipótese de uma nova revisão para cima das vendas internacionais do país.

Entretanto, fatores como o recrudescimento da pandemia - e seus reflexos negativos sobre a economia global – e um cenário climático mais favorável ao desenvolvimento do restante da safra na América do Sul podem fazer com que os preços recuem um pouco dos patamares atuais. Todavia, diante do desconforto da oferta, preços altos serão necessários para racionar a demanda. 

Já para 2022 as perspectivas apontam para uma acomodação maior das cotações diante do esperado aumento da área plantada de soja no mundo. Em meados de fevereiro o USDA apresentará as primeiras estimativas de superfície dedicada à soja nos EUA.

No Brasil, a entrada da safra deve trazer um arrefecimento das cotações no mercado spot. No entanto, o câmbio desvalorizado e os altos preços de Chicago devem manter as cotações em bons patamares. No entanto, o ambiente de risco aumentou com as discussões sobre uma nova greve dos caminhoneiros, o que poderia paralisar as negociações como em 2018 e afetar.

*informações do relatório mensal Agro Itaú.

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