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Cotações do milho em Chicago continuaram a subir fortemente

Aumentos foram motivados principalmente pela continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e pelo clima desfavorável no Centro-Oeste americano


Foto: Leonardo Gottems

As cotações do milho em Chicago continuaram a subir fortemente no período compreendido entre o início de abril e 12/mai, com o contrato de vencimento
em maio/22 cotado a USD 8,13/bu, alta de 10,7%. Já, para setembro/22, contrato que ajuda a referenciar a 2ª safra brasileira, a alta foi de 9,7%, para USD 7,63/bu. 

Esses aumentos foram motivados principalmente pela continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e pelo clima desfavorável no Centro-Oeste americano, que vem causando atrasos no plantio da nova safra e consequentes prejuízos em produtividade pela possível semeadura fora da janela ideal. No Brasil, os preços voltaram a perder força mesmo com os ganhos na CBOT, com perspectivas de uma safra recorde. No mercado spot, o indicador Esalq/BM&Fbovespa apresentou diminuição de 6,1% e foi negociado na 5ªfeira, 12/mai, a R$ 86,4/sc. Na B3, no entanto, o contrato com vencimento em setembro/22 aumentou 12,6% no período e fechou essa 5ª feira cotado a R$ 98,8/sc, ancorado pelo aumento em Chicago e pela desvalorização do real.

De acordo com a StoneX, a segunda safra do cereal deve atingir 88,1 milhões de toneladas, tendo sido revisada pra baixo em 4,1% frente a estimativa anterior devido ao clima seco na região Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso e em Goiás, o que gerou perdas na produção do grão. Como consequência, também houve uma diminuição da estimativa total da safra em 1,8% para 116,45 milhões de toneladas. Os preços tendem a seguir em patamares elevados em Chicago com as incertezas em relação à exportação de grãos pelos países da região do Mar Negro e com a diminuição da safra da América do Sul além da possível redução do plantio de milho nos Estados Unidos.

Além disso, ainda sobre a safra americana, o atraso no plantio – que ainda não traz grandes preocupações pois há janela de plantio – poderá trazer mais riscos ao mercado caso o cenário climático não melhore nas próxima semanas, principalmente nas planícies do norte e noroeste do meio oeste americano. É válido ressaltar que na grande maioria das regiões a janela de plantio ideal se estende até o fim de maio.

Outro ponto de atenção diz respeito ao plantio e ao desenvolvimento da lavoura na Ucrânia, que deve estar longe do ideal face à guerra e suas implicações nas restrições de insumos para a atividade. A Ucrânia é o quarto maior exportador global do grão.

Não se pode deixar de mencionar também as altas dos preços do trigo na esteira das preocupações com a oferta, agravada na última semana pelos problemas na safra da Índia, um dos maiores produtores do cereal. 

No Brasil, apesar dos problemas enfrentados na região central pela redução das precipitações, a entrada da safrinha atrelada ao nível menor de comercialização antecipada da mesma deve fazer com que os prêmios sobre as cotações internacionais caminhem para a paridade de exportação, mas ainda em patamares elevados.

Análise Agro Mensal Itaú BBA.

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