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Cotações do milho em Chicago subiram um pouco durante a semana

Em São Paulo os consumidores se mantêm com bons estoques, enquanto os produtores aumentam as vendas


As cotações do milho em Chicago subiram um pouco durante a semana, fechando a quinta-feira (26) em US$ 3,86/bushel, contra US$ 3,82 uma semana antes.

O clima nos EUA começa a melhorar, porém, há indicativos de muita chuva sobre a região produtora de milho, fato que pode continuar atrasando o plantio. Neste sentido, até o dia 22/04 o mesmo chegava a 5% nos EUA, contra 15% um ano antes, 14% na média histórica e 7% que eram esperados pelo mercado.

Paralelamente, as vendas líquidas para o ano comercial 2017/18, iniciado em 1º de setembro, somaram 1,09 milhão de toneladas na semana encerrada em 12/04, ficando 4% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para 2018/19 o volume atingiu a 112.200 toneladas. O mercado esperava, na soma dos dois anos, um total entre 700.000 e 1,15 milhão de toneladas, o que foi atingido.

Já na Argentina a colheita de milho atingia a 30% da área no início desta semana e o volume final a ser colhido continua mantido em 32 milhões de toneladas, ou seja, 9 milhões abaixo do inicialmente esperado.

O mercado do clima nos EUA continuará ditando o comportamento das cotações do cereal em Chicago nas próximas semanas.

No Mercosul, a tonelada FOB de milho na Argentina fechou a semana valendo US$ 188,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 177,50.

Aqui no Brasil, os preços estabilizaram, mantendo certo viés de baixa. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 34,41/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 40,00 e R$ 41,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e entre R$ 39,50 e R$ 40,00/saco em Santa Catarina.

Em São Paulo os consumidores se mantêm com bons estoques, enquanto os produtores aumentam as vendas. A semana iniciou com a Sorocabana paulista negociando milho a R$ 34,00/saco. Enquanto o referencial Campinas ficou entre R$ 38,50 e R$ 39,00/saco no CIF disponível (cf. Safras & Mercado).

Quanto à safrinha, Goiás trabalhou com negócios atingindo valores ao redor de R$ 26,50/saco para entrega em julho e pagamento em agosto na região de Jataí. Em Mineiros houve negócios a R$ 27,00/saco para entrega e pagamento em agosto próximo. Já no Mato Grosso houve negócios entre R$ 21,50 e R$ 22,50/saco para agosto e setembro.

A forte desvalorização do Real durante a semana melhorou ainda mais a possibilidade de exportações de milho, favorecendo os preços no porto. Em Santos houve compradores indicando preços ao redor de R$ 39,00/saco entre agosto e setembro.

Esse quadro de exportações vem mudando o cenário dos estoques nacionais e serviram, até agora, também de pressão altista sobre os preços. A safra 2017/18 iniciou com um estoque de 17,7 milhões de toneladas (cf. Conab), o qual julgava-se confortável para dar conta da demanda interna, pois era quase três vezes superior ao do ano anterior. Todavia, a forte redução na área semeada e uma produção, portanto, menor na safra de verão, associada a estas exportações bem mais consistentes neste ano (até o final da terceira semana de abril as mesmas superavam em 117,4% o realizado em igual momento do ano passado) já levaram a Conab a estimar que os estoques finais do corrente ano comercial recuarão para 15,8 milhões de toneladas, ao invés de subirem para 23,5 milhões como o inicialmente previsto. E isto ainda se a safrinha (2ª safra) for normal no país.

Dito isso, no curto prazo joga contra esta tendência de maior firmeza futura nos preços o aumento na tensão comercial entre o Brasil e a União Europeia. Esta tensão se dá em torno de nossas exportações de frango, na medida em que os europeus fecharam  suas fronteiras ao nosso produto. Tal ação atinge igualmente o mercado nacional do milho. A possibilidade de exportarmos menos frango, sem conseguirmos escoar todo excedente para outros mercados, leva a crer que haverá uma redução na criação de aves com natural redução no consumo de rações e, por conseguência, de milho. Mesmo ainda sendo cedo para se tirar conclusões a respeito, a situação já está interferindo no mercado do cereal, exigindo muito acompanhamento deste litígio comercial.

Enfim, a colheita de verão no Centro-Sul brasileiro chegava a 79% no dia 20/04, contra 83% no ano anterior na mesma época. Minas Gerais apresenta o maior atraso na mesma com apenas 45% colhido, contra 62% um ano antes. Nos demais estados produtores a colheita se aproxima do final, caso especialmente do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Goiás/DF (cf. Safras & Mercado).


 

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