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Cotonicultores orgânicos do PR vendem safra antes da colheita

Pequenos produtores do noroeste do Paraná buscaram parcerias para desenvolver a cotonicultura orgânica e comemoram os resultados


O plantio de algodão está entre os que mais utilizam agrotóxicos, cerca de quinze aplicações de produtos químicos para aplacar as pragas. Experiência comprovada por pequenos agricultores do noroeste do Paraná, que em 2001 resolveram investir na cotonicultura orgânica e na busca de sua certificação.

Após uma luta para conseguir apoiadores para a iniciativa, cinco anos depois,

a próxima safra de algodão orgânico certificado do noroeste paranaense já foi totalmente vendida, antes da colheita, que ocorre nos meses de fevereiro e março. Entre os compradores, destaca-se uma grande empresa de confecções de Conchas (SP), que paga 20% acima da cotação do produto no mercado.

A demanda pelo algodão orgânico cresce aceleradamente e levou a Coagel-Cooperativa Agroindustrial, com sede em Goioerê, responsável pelo processamento do produto, a ampliar seu apoio a quarenta novos pequenos cotonicultores da região.

Uma alternativa de baixo valor que tem auxiliado os produtores é a "calda" constituída de água com concentração de folhas e caules de diversas plantas e esterco fresco, utilizada na plantação de algodão em substituição aos agrotóxicos. Segundo o gestor do Sebrae paranaense, Joversi Rezende, enquanto no plantio convencional são necessárias cerca de quinze aplicações de produtos químicos, bastam duas aplicações da "calda" para controlar as pragas.

O Iapar-Instituto Agronômico do Estado do Paraná está padronizando o inseticida orgânico para ser aplicado em outras regiões.

Sucesso em safras

No ano passado, mais quarenta novos produtores de algodão orgânico da região começaram a ser capacitados pelo Sebrae, Coagel e Emater. "O sucesso da cotonicultura orgânica nessa região se deve às capacitações dos produtores", afirma Cláudio Pinheiro, agrônomo e consultor do Sebrae no Paraná, que acompanha o projeto desde 2001.

Atualmente vinte produtores de algodão orgânico já são certificados pelo IBD no noroeste paranaense. Está sendo criada a Cooperativa de Produtores de Algodão na região, que vai propiciar a comercialização para os mercados justo e orgânico. O processo de certificação pelo mercado justo é o próximo desafio dos pequenos produtores de algodão da região, informa Cláudio.

Segundo o consultor, a certificação do Mercado Justo vai viabilizar preços diferenciados, melhores do que os pagos pelo mercado orgânico. Enquanto uma arroba (cerca de 15 quilos) de algodão em caroço custa R$ 14,00, uma arroba de algodão sem agrotóxicos no mercado orgânico, vale R$ 20,00. As informações são da assessoria de imprensa do Sebrae.

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