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Cresce a liberação de recursos ao campo

Mesmo diante do clima seco, desfavorável às lavouras, e da questão do endividamento dos produtores, as contratações de crédito estão aquecidas


Mesmo diante do clima seco, desfavorável às lavouras, e da questão do endividamento dos produtores rurais, as contratações de crédito às instituições financeiras estão aquecidas. O Banco do Brasil concedeu até setembro empréstimos de R$ 5,3 bilhões, 15,21% mais que os R$ 4,6 bilhões contratados em igual período do ano passado, segundo o diretor de Agronegócios da instituição, José Carlos Vaz.

O presidente da Comissão Nacional de Crédito da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, reconhece existir uma retomada dos empréstimos agrícolas, depois da crise que assolou o campo em 2004. "Mas o recurso disponível não é condizente com a realidade do setor. Existe uma demanda por crédito de R$ 110 bilhões e, neste período, já deveriam ter sido desembolsados 80% deste total", diz.

Os recursos contratados no Banco do Brasil para o plantio da safra 2007/08 eqüivalem a um quarto dos R$ 33 bilhões previstos para atender o ciclo atual. No total, o governo disponibilizou R$ 70 bilhões. Vaz reconhece que o atraso na divulgação das normas de prorrogação das dívidas rurais pelo governo atrasou o ritmo dos empréstimos. "Se não fosse isso, o banco poderia ter liberado cerca da metade dos recursos disponíveis. A expectativa era que as normas tivessem sido divulgadas no primeiro semestre", disse. As regras para a rolagem dos débitos foram publicadas no Diário Oficial em meados de setembro.

"Mas o resultado está bom considerado o atual cenário, pois temos o atraso das chuvas e houve a demora na divulgação das normas para a prorrogação das dívidas", declara Vaz.

De acordo com os dados do Ministério da Agricultura, foram contratados em todas as instituições financeiras de julho a agosto - os primeiros meses da atual safra - R$ 7,31 bilhões, para custeio e comercialização, 38% a mais que em igual período do ano passado. Para o Coordenador-Geral de Análise Econômica da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcelo Fernandes Guimarães, o resultado reforça a "tendência favorável" observada desde meados da safra anterior. "Sem dúvida está havendo um reaquecimento nas contratações de crédito rural", observa. Guimarães espera que o atraso das chuvas não inviabilize as contratações de crédito. "As expectativas são boas para a atual safra, porque as medidas de renegociações, divulgadas recentemente, darão condições para o produtor fazer novos financiamentos", enfatiza.

A data para o produtor solicitar a renegociação nas instituições financeiras foram prorrogadas de setembro para o dia 30 deste mês. Nos casos dos débitos de investimentos o produtor tem até 17 de dezembro para solicitar a renegociação da dívida.

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