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Cresce disputa no mercado veterinário


Schering-Plough Coopers desbanca a Pfizer e assume a vice-liderança em saúde animal. A disputa por espaço no mercado brasileiro de saúde animal está crescendo entre as grandes indústrias veterinárias que atuam no País. Depois de oito meses do processo de fusão, a Schering-Plough Coopers, por exemplo, assumiu a vice-liderança do mercado, deixando para trás a Pfizer. A empresa ampliou de 8,4% sua participação no Brasil em março de 2002 - mês em que se efetivou a fusão entre a Schering-Plough e a Coopers Brasil - para 8,7% em dezembro do mesmo ano.

"No momento da fusão nosso objetivo era não perdermos participação e pelo menos mantermos o mercado que já possuíamos. Não conseguimos apenas manter, mas tivemos um pequeno crescimento", afirma Fernando Vasconcelos Heiderich, presidente da empresa.

Ganho de posição

O executivo informa que no momento em que a nova empresa nasceu ela ocupava a terceira colocação no mercado, atrás apenas da Merial e Pfizer. Segundo ele, sua empresa possuía um faturamento de cerca de US$ 7 milhões a menos que a segunda colocada Pfizer. "No momento, estamos com US$ 10 milhões à frente da concorrente", afirma Heiderich.

No ano passado a Schering-Plough Coopers obteve um faturamento líquido de R$ 148 milhões. A receita é 19,5% superior à registrada em 2001 e acima da média de crescimento da indústria de produtos para saúde para saúde animal, de 14,1% no ano passado.

"Foi um ano de conquistas, já que ampliamos nossas vendas, nosso faturamento e a participação no mercado", afirma Heiderich, ao comentar que quando ocorre fusão entre empresas, em geral, elas passam por dificuldades por dois anos.

Líder no mercado da indústria veterinária, a Merial tem uma participação de 14%, segundo o diretor de saúde animal da empresa, Emilio Carlos Salani, que também é presidente do Conselho de Administração do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

Líder de mercado

"Como líderes temos a função de tentar recuperar o mercado que no ano passado não foi muito bom para o setor", afirma Salani, ao informar que a indústria veterinária encerrou 2002 com faturamento de US$ 620 milhões, resultado 2,6% inferior aos US$ 636,6 milhões de 2001. Para o executivo da Merial, 2003 será menos turbulento que o ano passado, tanto que ele aposta em um crescimento de pelo menos dois dígitos sobre o faturamento de sua empresa em 2002, que foi de R$ 215 milhões.

"Devemos manter nossa participação no mercado este ano", afirma Salani. O executivo acrescenta ainda que a Merial deve lançar novos produtos no mercado, principalmente nos setores de aves e pequenos e médios animais.

A Schering-Plough Coopers também terá novos produtos em 2003. Segundo Heiderich, a empresa terá pelo menos sete novidades para este ano, sendo um antiparasitário, duas vacinas, dois produtos terapêuticos e mais dois equipamentos. "Vamos trazer uma molécula importada, mas para produzir o antiparasitário no Brasil. Além disso importaremos os equipamentos e utilizaremos nossas unidades de Cotia (SP) e do Rio de Janeiro para processar os produtos", diz.

Estratégia de crescimento

Com o lançamento de produtos, o investimento na rede de distribuidores, na seleção de pessoal e no desenvolvimento de um plano de geração de demanda a Schering-Plough Coopers pretende este ano registrar um crescimento de 43% em relação ao faturamento de 2003, de R$ 148 milhões.

"Conseguimos demonstrar em 2002 nossa capacidade de realização, organizando uma empresa diferenciada. Passamos a oferecer uma das linhas mais completas de produtos, programas de produtividade, um forte programa nacional de distribuição e novos investimentos em pesquisas para a saúde animal. Não temos motivos para mudar nossa estratégia", diz Heiderich, ao destacar que o objetivo não é apenas aumentar a participação no mercado, mas atingir principalmente o plano de vendas da empresa.

Desempenho da indústria

O desempenho da indústria veterinária nacional em 2002 foi o menor dos últimos nove anos - em 1994, o faturamento do setor atingiu US$ 690,1 milhões. O melhor resultado foi obtido em 1998, quando o setor arrecadou US$ 856,8 milhões. Segundo Emílio Salani, do Sindan, naquele ano, o Brasil consolidava sua posição de terceiro maior mercado de produtos veterinários em todo o mundo. Hoje, o Brasil se encontra entre a quinta e a sexta posição.

"Estamos trabalhando para que 2003 possamos recuperar parte do que o setor perdeu no ano passado, mas vamos depender o desempenho da safra de milho - que afeta o setor de aves e suínos - e a manutenção do desempenho de bovinos e pequenos e médios animais", afirma Emílio Salani.

Uma das principais preocupações do presidente do Sindan é com a volatilidade cambial. "No atual nível em que se encontra o dólar é difícil fazer qualquer previsão, mas esperamos por uma melhor relação entre o real e o dólar", diz. Salani informa que a queda de 2,6% no faturamento da indústria veterinária no ano passado poderia ter sido pior, já que mais de 50% das matérias-primas utilizadas pelos laboratórios de produtos para saúde animal são importados.

No ano passado, o faturamento das indústrias ficou sustentado no o excelente desempenho das exportações de carnes, e nos bons preços médios registrados para o boi gordo no mercado interno.

Além disso, a venda recorde de vacinas contra febre aftosa - cerca de 325 milhões de doses, em relação a 317 milhões em 2001 - e o sólido crescimento do segmento de pequenos animais foram fundamentais para as indústrias nacionais.

Alexandre Inacio

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