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Crescem exportações de suco de laranja para o mercado oriental


As exportações brasileiras de suco de laranja em 2005 fortalecerão a presença no mercado oriental, especialmente na Ásia e países do leste europeu, como a Polônia, Rússia e Hungria. No acumulado do ano, até o mês de outubro, foram exportadas 115.990 toneladas do produto para a Ásia. No leste europeu, o crescimento tem sido intenso, mas ainda não existem estatísticas claras, já que há a possibilidade da União Européia estar exportando diretamente o suco brasileiro para esses países.

Embora a China tenha aumentado a taxa de importação recentemente, o que pode provocar uma diminuição no vigor das exportações, a China deve ser um mercado em ascensão no próximo ano. Nos últimos cinco anos, as exportações cresceram de 1 mil tonelada suco/ano para 50 mil toneladas em 2004. A China havia baixado a taxa de 75% para 7,5 %, um acordo feito no momento em que passou a fazer parte da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001. Mas, recentemente, o país fez uma alteração unilateral de regras de acesso e elevou a tarifa para 30%. “O governo brasileiro está negociando e estamos otimistas de que a situação vai ser resolver”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia.

Mesmo com o aumento substancial da tarifa, ainda é difícil prever se a exportação poderá ou não cair, levando-se em conta dois fatores: o mercado chinês é muito grande e o Brasil não terá outro player concorrente, os Estados Unidos, pelo menos a curto prazo. Os danos causados à citricultura da Flórida provocados pelos furacões nos últimos meses, devem mudar o panorama do mercado de exportação de suco mundial. Até então um possível concorrente com crescimento na produção, os Estados Unidos passam a cuidar de abastecer o próprio mercado, o maior do mundo. “Ainda é difícil fazer previsões, mas os Estados Unidos têm estoque suficiente para o próximo ano e temos que aguardar as conseqüências finais da queda de safra provocada pelos furacões”, afirma Garcia.

Segundo informações do Dow Jones Newswires, os três furacões, Francês, Charley e Jeanne, causaram perdas em torno de 50 milhões de caixas de laranja. Outro problema do mercado americano é o risco de apodrecimento de algumas árvores, já que os furacões deixam o local úmido. Lá, o lençol freático é mais alto que no Estado de São Paulo, o que provoca demora no escoamento da água e na percepção de outros danos que possam ocorrer. Com essas incertezas, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) está fazendo ajustes na previsão da safra 2004/2005, ainda estimada em 230 milhões de caixas.

Outro fator que não pode ser deixado de lado é a capacidade do país em recuperar as perdas causadas pelos furacões é muito grande e rápida. O governo americano já abriu uma linha de crédito em torno de U$ 750 milhões para ajudar os produtores nesse trabalho. Com esse incentivo, os EUA devem conseguir se posicionar novamente no mercado de forma rápida.

A União Européia continua sendo o principal mercado brasileiro. No acumulado do ano, foram exportadas 785.875 toneladas. Até o final da safra, a expectativa é que as exportações totais brasileiras cheguem a aproximadamente 1,3 milhão de toneladas.

Para incentivar as exportações de suco de laranja é preciso acelerar as negociações internacionais, especialmente com a Área Livre de Comércio das Américas (Alca), União Européia, Mercosul, além da Organização Mundial do Comércio (OMC). “É preciso reduzir e eliminar tarifas para que o Brasil tenha acesso aos principais mercados do mundo, de forma ainda mais competitiva”, afirma Garcia.

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