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Crescimento da avicultura passa pela atualização da legislação do setor no Brasil

Além da redução de encargos são fundamentais para o desenvolvimento do sétimo maior produto exportado pelo país


A avicultura representou uma receita de US$ 870 milhões nos três primeiros meses de 2019 para a balança comercial brasileira, sendo o sétimo produto mais exportado pelo país, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Mas para o setor continuar seu crescimento é necessária a atenção do poder público sobre a importância da atualização da legislação do setor no Brasil, principalmente nos aspectos de facilidades para o registro de novos insumos e tecnologias e na redução de encargos tributários, por exemplo.

Essas discussões foram o foco do Workshop Industrial Avícola, evento realizado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e pela Cobb-Vantress, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no último dia 27, em Maringá (PR). O objetivo dos organizadores foi reunir representantes do poder público com o setor industrial avícola, justamente para que as demandas da classe produtiva sejam levadas para o Ministério e o setor possa ganhar maior competitividade no mercado internacional.

“A grande adesão de representantes do nosso setor a este evento, que representa aproximadamente 38% da exportação nacional, fortalece este movimento de aproximação e alinhamento dos agentes públicos e privados, que é fundamental para a evolução da nossa atividade nesse momento de grande competitividade”, afirmou Domingos Martins, presidente do Sindiavipar.

O debate entre setores também foi elogiado pelo Superintendente Federal de Agricultura no Estado do Paraná, Cleverson Freitas, que destacou como sendo fundamental essa interação para a consolidação do país como potência mundial no agronegócio. “Vamos trabalhar com bastante diálogo e discussões técnicas, para que o setor privado cumpra a sua parte atendendo aos requisitos legais com muita responsabilidade e o Mapa atue verificando os protocolos que devem ser fiscalizados, trazendo mais segurança ao consumidor”.

Uma das principais barreiras para a competitividade brasileira no mercado internacional são os custos de produção. Segundo o Diretor Comercial e de Serviços da Cobb-Vantress na América do Sul, Bernardo Gallo, as margens para as indústrias estão ficando cada vez menores, prejudicando investimentos e o crescimento do setor. “Um exemplo é a soja e o milho, insumos principais na alimentação das aves. Se compararmos o crescimento do preço desses grãos desde 2014 entre Brasil e Estados Unidos, vemos que o milho brasileiro aumentou 83% para o produtor nacional, enquanto para o americano ficou com 37% de alta, enquanto a relação na soja ficou 38% e 27%, respectivamente. O principal motivo disso é o crescimento das exportações brasileiras desses produtos, pressionando os custos internos”.

Mudanças no Mapa

Para aumentar a eficiência do setor, o Mapa, por meio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), irá repassar maior responsabilidade as indústrias do setor de proteína animal quanto a verificação da qualidade dos produtos disponibilizados ao consumidor. Foi inclusive criado pelo Ministério o Comitê Técnico Permanente de Autocontrole da Indústria, que será responsável por trabalhar junto dos produtores esse tema.

“Estamos buscando oferecer aos nossos clientes produtos e processos na melhor qualidade possível, consolidando esses processos de certificação sanitária e atribuindo essa responsabilidade de fiscalizar para quem realmente cabe a função”, explica a diretora do DIPOA, Ana Lucia de Paula Viana, uma das palestrantes do evento.

Também participaram como palestrantes do evento a diretora técnica adjunta da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves, a chefe do 8º Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA), Luciana Prado Pires de Oliveira, a auditora fiscal federal agropecuário, Wanize Bonk, além do especialista em processos de qualidade da Cobb, Eder Barbon.

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