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Criação de coelhos garante segurança econômica a produtores no RS

A atividade é alternativa de diversificação para produtores de fumo de Venâncio Aires


A cada 21 dias, aumento de 50% no número de exemplares da espécie no criatório. A multiplicação exponencial dos coelhos se reflete em lucro para quem aposta na cunicultura. A atividade começa a se mostrar uma alternativa de diversificação para os produtores de Venâncio Aires, onde a economia é baseada no fumo – o município é o maior produtor nacional.


Foi assim com a família Schwendler, para a qual, além do retorno financeiro satisfatório, a criação de coelhos significou melhora na qualidade de vida. “O Sol, na produção do fumo, que nos toma o dia inteiro, nos prejudica muito e, com os coelhos, trabalhamos num galpão algumas horas por dia e depois temos o resto do tempo livre”, conta Gislaine da Silva.

Gislaine e o marido, Edson Schwendler, se dedicam à atividade há três anos, na propriedade que foi dos avós de Edson. A ideia surgiu depois de uma visita técnica ao Vale do Caí, promovida pelo escritório da Emater/RS-Ascar de Venâncio Aires e Prefeitura, onde conheceram a cunicultura. O sucesso dos pioneiros fez com que os vizinhos começassem a atividade.

O grupo passou a se apoiar na produção e comercialização e a perspectiva é que, dentro de três meses, sejam 20 as propriedades envolvidas. Os produtores se unirão, então, para terceirizar o transporte. Apenas a família Schwendler deve produzir, em média, 1.120 animais a cada 42 dias. “Tem um retorno bom, mas é preciso observar a quantidade de produção que será absorvida pelo mercado”, pondera Edson.

Diversificação
A cunicultura é apenas uma das alternativas oferecidas aos produtores pelo projeto de Diversificação de Atividades e Renda, executado pela Emater/RS-Ascar e Prefeitura. São incentivados trabalhos em áreas distintas, como criações, piscicultura - que já atraiu mais de uma centena de produtores no município - e agroindústrias, ligadas às mais diversas atividades, que acabam por absorver produções como a da própria piscicultura.
O extensionista da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, explica que a diversificação é fundamental para garantir o desenvolvimento e a estabilidade econômica do município. “Quando nos baseamos em uma única atividade, se tivermos um problema de produção ou comercialização, o impacto nas finanças de cada produtor e de todo o município é enorme”, ressalta. “A ideia é que cada produtor possa distribuir sua renda em três ou quatro atividades, gerenciar o potencial produtivo aproveitando a mão-de-obra disponível e se organizar ambientalmente para integrar as atividades, criando sistemas de produção”, diz Fin.


Fin conta que apenas neste ano o escritório já recebeu a visita de mais de 500 famílias em busca de alternativas de diversificação. “Avaliamos a realidade de cada família, identificamos o mercado potencial das atividades e só então as orientamos para darem início ao trabalho”, relata.

Com este projeto, a renda da Zona Rural do município começa a não depender exclusivamente do tabaco. De acordo com a prefeitura, mesmo a lucratividade tendo subido, em cinco anos, de R$ 111,2 milhões, para R$ 147,3 milhões, o fumo representou, em 2010, 76% da riqueza do interior, contra 85,7% em 2005.

Na casa da família Schwendler, onde a produção de tabaco passou pelos avós e pelos pais de Edson, a dependência da atividade é cada vez menor. A renda começa a ser distribuída entre a produção de coelhos, grãos, apicultura e a agroindústria de mel. A expectativa é que no próximo ano o tabaco passe a ser responsável por 40% da renda familiar – hoje representa 70%.

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