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Crise compromete desempenho da Coamo

A receita da Coamo em 2006 apresentou uma queda de 9,2%


A receita da Coamo Agroindustrial Cooperativa, de Campo Mourão (PR), em 2006, foi de R$ 2,66 bilhões, o que representou uma queda de 9,2% em relação ao ano anterior, quando o faturamento chegou a R$ 2,93 bilhões. Os números do balanço da cooperativa foram apresentados durante a 37 Assembléia Geral Ordinária realizada na tarde de sexta-feira passada (16-02) em Campo Mourão.

O resultado, segundo o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, teve como fatores determinantes a grave crise agrícola com componentes como a queda da produtividade, pela combinação de adversidades climáticas e do avanço da ferrugem asiática. Também afetaram o desempenho da cooperativa a valorização do real e o menor consumo das principais commodities agrícolas, em razão da febre aftosa nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná e da gripe aviária em diversos países. "Somados a estes fatores, a carga tributária excessiva, a falta de investimentos em infra-estrutura e a lentidão do socorro por parte do governo federal, resultou numa combinação explosiva".

As contas do exercício apresentaram sobras líquidas (lucro das cooperativas) de R$ 190,3 milhões, contra R$ 202, 21 milhões em 2005. As sobras começam a ser distribuídas amanhã aos 19.764 produtores associados, nos entrepostos da cooperativa localizados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Os cooperados receberão suas sobras na proporção da movimentação dos insumos fornecidos e da produção entregue à cooperativa durante o ano de 2006. Segundo a diretoria da Coamo, há outros fatores responsáveis pela degradação econômica do setor agropecuário em 2006, como o elevado custo para a formação da lavoura em comparação com o preço de comercialização - fruto da valorização acentuada do real em relação ao dólar e os altos custos financeiros pelo crédito privado restritivo e o oficial seletivo.

"Apesar das grandes dificuldades, o desempenho da Coamo pode ser considerado excelente. A capitalização da Coamo tem gerado as condições essenciais para que, mesmo em um ano extremamente difícil, pudesse atender as necessidades dos associados na condução das suas atividades", disse Galassini.

Em 2006, a Coamo recebeu em 87 unidades 3,69 milhões de toneladas de produtos. Em 2005 foram 3,38 milhões de toneladas, correspondendo a 3,1% da produção nacional de grãos e fibras. Na área industrial, a cooperativa processou 1,17 milhão de toneladas de soja, 51,64 mil toneladas de trigo e 5,74 mil toneladas de algodão em pluma. Pelo terminal portuário de Paranaguá, no Paraná, e pelo porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, foram exportados 1,81 milhão de toneladas de produtos em 170 navios.

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