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Cuidados na florada do algodão permitem ganho de produtividade

Manejo auxilia no aumento da taxa de pegamento das flores, impactando na colheita


A taxa positiva de pegamento da florada, no algodão, é de, em média, 40%. Ou seja, 60% das flores geradas na planta sofrem queda ao longo do ciclo, impedindo a formação das plumas. Dessa maneira, avançar neste percentual permite um alto incremento em produtividade. Para isso, cuidados específicos a partir da fase de formação dos botões florais do algodão, que ocorre aproximadamente entre 30 e 40 dias após a germinação, são indispensáveis.

De acordo com o engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico da Alltech Crop Science, para favorecer o pegamento da florada, “é importante que o produtor trabalhe com uma população de plantas apropriada e também faça uma complementação de nutrientes, nessa fase, principalmente com cálcio, boro e magnésio”. O especialista destaca que para uma melhor absorção destes nutrientes é essencial que eles sejam associados a aminoácidos como arginina e alanina.

“O cálcio e o magnésio, por serem cátions (terem carga positiva), têm a necessidade de ser complexados, para que não fiquem retidos na superfície da planta. Dessa maneira, as cargas se tornam neutras, facilitando a entrada no vegetal”, explica. Uma vez absorvidos pela planta, esses aminoácidos também terão efeitos sobre o metabolismo, ativando o seu funcionamento e estimulando a florada, por exemplo.

Além disso, ele ressalta que a indução do florescimento é promovida por hormônios, em especial o chamado de “citocinina”, então é essencial atenção a esse ponto. “Aplicar uma dosagem equivocada de hormônios pode gerar um problema de desequilíbrio no vegetal, por isso indicamos o uso de precursores hormonais inespecíficos. Por meio dessa tecnologia, a planta se auto regula e terá autonomia para produzir os hormônios que ela precisa especificamente naquela fase, na quantidade necessária, mantendo o balanceamento hormonal”, aponta.

Na Fazenda Elisa, em Campo Verde (MT), o gerente da propriedade, Ademir Polli, conta que a complementação nutricional da planta com manganês e boro é feita há mais de quatro anos e tem apresentado reflexos positivos em produtividade e qualidade. “Observamos resultados muito bons nesse período que a gente vem trabalhando. Impactando no pegamento e em pluma com melhor qualidade”, relata.

Outro ponto destacado por Batista é a necessidade do uso de reguladores de crescimento, para controlar o desenvolvimento vegetativo do algodão. “Durante o ciclo da cultura, a planta vai realizando fotossíntese e a energia produzida nesse processo é dividida para o crescimento e para o florescimento. Então, quando o algodão cresce demais, a tendência é que o direcionamento de energia vá para esse processo, resultando em menos carboidratos para o pegamento da florada”, explica.

Os fatores citados acima são chamados de bióticos, ou seja, referem-se ao próprio vegetal. Porém, segundo o agrônomo, os aspectos abióticos, que são externos à planta, também podem impactar no desenvolvimento do botão floral e, consequentemente, no pegamento da florada. “Aspectos como baixa luminosidade, estresse hídrico e baixa temperatura, que também são prejudiciais nessa fase, não podem ser regulados pelo produtor, porém, se ele realizar um manejo adequado ao longo do ciclo os reflexos causados na cultura podem ser minimizados”, explica.

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