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Cultivo de soja ocupa a maior área

Na sequência vem o tabaco, com 90 mil hectares, seguido pelo milho, com pouco mais de 80 mil hectares


Foto: Marcel Oliveira

Seguindo a tendência de desempenho do Estado, que prepara-se para colher uma safra recorde de soja, as regiões do Vale do Rio Pardo e do Alto da Serra do Botucaraí têm no cultivo desse grão a maior área plantada. Das 33 milhões de toneladas que o Rio Grande do Sul irá colher, grande parte vem dessas duas regiões, que juntas respondem por 435,5 mil hectares com lavouras de loja. Na sequência vem o tabaco, com 90 mil hectares, seguido pelo milho, com pouco mais de 80 mil hectares.

Os números fazem parte do relatório anual do escritório regional da Emater/RS-Ascar, apresentado ontem a representantes dos 39 municípios vinculados ao órgão, localizado em Soledade. Conforme a gerente regional da Emater, Lúcia Souza, a parceria com as prefeituras e entidades que representam os produtores são os ingredientes que fazem a atuação da instituição crescer e desenvolver as propriedades. “Nossa atuação ocorre junto dos prefeitos e líderes das comunidades que recebem os técnicos e profissionais da Emater. Por conta desse acerto, conseguimos realizar 65 atividades diferentes nos 39 municípios de nossa regional”, reforça.

De acordo com o gerente adjunto, Carlos Corrêa da Rosa, mais da metade dos estabelecimentos rurais da região hoje conta com o trabalho da Emater. “São desenvolvidos programas com produtores, com as mulheres rurais e com o jovem, para o fortalecimento da sucessão rural nas propriedades familiares”, observou.

Segundo o presidente estadual da Emater/RS-Ascar, Geraldo Sandri, a parceria apontada como o ponto forte na região deverá ser a tônica da relação da instituição, que é privada, com o ente público, o governo gaúcho. Sandri explicou que, no novo contrato de prestação de serviço aos produtores gaúchos, a Emater vai desenvolver 88 ações que serão ligadas à pasta da Agricultura. “Nosso orçamento está menor, mas por meio dessa cooperação, que ainda está sendo formatada, iremos garantir que a atividade rural fim será o principal foco da extensão no Rio Grande do Sul.”

Sandri avaliou como positivo o crescimento da área plantada de soja na região, seguida de perto pelo tabaco. “A soja é o grande puxador do agronegócio no mundo. Nosso estado terá uma safra recorde do grão. A soja é importante e fortalece a economia do campo”, salientou. “Já o produtor de tabaco também é valorizado e respeitado, pois hoje é o segundo produto mais exportado do Brasil.” O presidente da Emater reforçou que é dever da instituição promover a diversificação, respeitando a cultura e a relevância do tabaco.

Mais comida
O presidente da Emater revelou que estudos internacionais apontam para a necessidade da produção de comida em grande escala. Segundo Sandri, até 2050 a produção de alimentos no mundo precisa crescer 70% para dar conta do consumo. “Neste cenário, o Brasil é a bola da vez. Nós temos condições de prover 40% desse crescimento e servir de celeiro do mundo.”

Sandri disse que o papel do jovem rural será fundamental nessa arrancada. Acompanhado da tecnologia e das modernas formas de produção, o novo homem do campo terá tudo para trabalhar com menos esforço e maior rentabilidade. “Só é preciso dar condições para que isso aconteça. Essas condições não são só tecnológicas ou de acesso ao crédito, são culturais. Os pais precisam dar liberdade para os filhos tocarem as propriedades e construírem seus espaços.”

A força do campo

Ao todo, 23 mil famílias contam com o trabalho dos técnicos na Emater no Alto da Serra do Botucaraí e no Vale do Rio Pardo. Nesse universo, uma das principais atividades é ligada à agricultura familiar. São 293 agroindústrias instaladas nos 39 municípios da regional.

A bovinocultura de leite está presente em 2,9 mil propriedades rurais e concentra uma produtividade de 166 milhões de litros de leite por ano.

Entre as culturas de manejo, a soja é a principal. São 435.554 hectares de área plantada. Tabaco é a segunda cultura, com 90 mil hectares, na sequência vem o milho, com 80,7 mil hectares cultivados.

O plantio de erva-mate também tem destaque em vários municípios. São 4 mil hectares de área cultivada e 887 famílias envolvidas na atividade.

A fruticultura também está presente nas regiões, em uma área de 2,8 mil hectares e é a atividade de 1.350 famílias.

A olericultura está presente em 451 hectares e envolve 561 famílias no plantio de repolho, brócolis, cenoura, alface, rúcula, rabanete e moranguinho. Com uso da tecnologia, 126 famílias da região plantam morangos e estimam uma produtividade de 311 toneladas do produto, que tem valor agregado, sendo comercializado a R$ 20,00 o quilo.

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