Extratos de algas ampliam eficiência no campo
Entre os mecanismos citados está o chamado priming
Entre os mecanismos citados está o chamado priming - Foto: Pixabay
O uso de extratos de algas tem ganhado espaço como alternativa para elevar a eficiência produtiva e reduzir impactos de estresses climáticos na agricultura. Esses compostos atuam no equilíbrio fisiológico das plantas e favorecem o crescimento mesmo em condições adversas.
No Conexão Abisolo 2025, o pesquisador Carlos Alexandre Crusciol, da Unesp, apresentou estudos que mostram como o extrato da alga Ascophyllum nodosum fortalece as plantas diante de seca, calor e frio. Ele explicou que a perda de produtividade está ligada a respostas naturais que consomem energia, e que os extratos modulam esses processos, permitindo melhor desempenho. Entre os mecanismos citados está o chamado priming, em que compostos bioativos preparam as plantas para reagir mais rapidamente a situações desfavoráveis.
Crusciol também abordou o uso histórico das macroalgas, aplicado desde o século XVIII em solos costeiros europeus e, a partir dos anos 1950, em formulações foliares. Ascophyllum nodosum se destaca por desenvolver compostos associados à resistência a estresses, resultado de sua adaptação a variações extremas de temperatura e marés. Aplicados às culturas, esses extratos apoiam o manejo do estresse, estimulam raízes e melhoram a absorção de nutrientes.
Segundo Bruno Carloto, da Acadian, pesquisas recentes indicam aumento da atividade enzimática, maior aproveitamento de nitrogênio, ampliação da tolerância ao frio e estímulo ao desenvolvimento radicular com o uso da alga. Ele ressalta que compostos como polifenóis contribuem para maior crescimento e produtividade ao atuar de forma semelhante a reguladores vegetais. “Compreender e valorizar o potencial dessas espécies é dar um passo decisivo rumo a um futuro agrícola mais resiliente, sustentável e produtivo”, reforça Bruno Carloto.