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Custo Brasil nas importações

"Quando se compara o sistema portuário brasileiro com os principais portos internacionais é gritante a diferença de custos"


É voz corrente nos meios empresariais do setor de comércio internacional, que o Brasil fica sempre menos competitivo quando precisa exportar e importar seus produtos. Isso se deve, além dos elevados custos tributários, nem sempre exonerados nas operações de comércio exterior também a infraestrutura portuária deficiente e insuficiente para atender a demanda o que tem provocado custos elevadíssimos nos negócios.
Quando se compara o sistema portuário brasileiro com os principais portos internacionais é gritante a diferença de custos. Além disso, existem os monopólios praticados por prestadores de serviços, em nível empresarial, e também de classes trabalhadoras que montaram verdadeiros trustes sindicais nas operações, ditando normas e custos, impedindo a livre concorrência.
 
A privatização e as concessões de uso de berços ou terminais portuários, que em principio tem a intenção de profissionalizar e agilizar os serviços, mas tem provocado problemas, especialmente para pequenos e médios importadores e exportadores. Na ganância de auferir lucros exorbitantes, empresas concessionárias de direitos de utilização dos terminais portuários têm preferenciado clientes que oferecem maiores vantagens econômicas, em detrimento de empresários menores e de menor freqüência de negociações, alijando ou onerando significativamente os produtos importados ou exportados, e assim ampliando a concentração de renda, excluindo da competição as pequenas empresas. Hoje quem desfrutar de maior poder de fogo, econômico ou político, tem sido beneficiado.
 
A Fecoagro vem enfrentando esses problemas no porto de São Francisco do Sul nas importações de matéria prima para fertilizantes. A falta de estrutura adequada no porto provoca atrasos nos desembarques, incorrendo em multas discutíveis sobre sua origem, além de custos excessivos de demurrage, devido às estadias prolongadas dos navios. A persistir esses custos, que afetam muito mais as pequenas empresas do que os grandes empresários, até pelo valor agregado dos produtos importados, está se colocando em risco a viabilidade da manutenção de indústrias de fertilizantes no porto de São Francisco do Sul. A Fecoagro está estudando outras alternativas para reduzir esse ônus que geralmente é imprevisível na hora da negociação lá fora.
 
Há necessidade de os órgãos concedente, leia-se Governo, reavaliar esse critério de concessão de direito privado nos portos que vem concentrando benéficos e preferências aos grandes empresários, sob pena de vermos as pequenas e medias empresas ficarem sempre a reboque de superestruturas, inclusive de multinacionais. Se houver acordos entre empresários na utilização dos terminais, caberá aos governos e aos políticos intervirem, em nome do tratamento igualitário a todos, independente do seu saldo bancário. Pense nisso.

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