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Custo com a ferrugem foi de R$ 375 mi no Paraná

O Estado teve também o maior número de registros: 1.582; Embrapa garante que o número não retrata uma epidemia da doença


O Estado teve também o maior número de registros: 1.582; Embrapa garante que o número não retrata uma epidemia da doença

Os produtores de soja do Paraná gastaram perto de R$ 375 milhões para controlar a ferrugem ásiatica na safra 2008/09. O prejuízo só não foi maior porque o clima este ano não foi favorável para o plantio do grão. A seca, conforme informações de participantes da reunião do Consórcio Antiferrugem, encerrada nessa quinta-feira (9) em Londrina, foi muito mais prejudicial à soja. Mesmo assim, a doença que atingiu quase todos os estados brasileiros, tem apresentado custo estimado de aproximadamente U$ 2 bilhões por safra no País.

O número de focos registrados pelo Consórcio saltou de 2.106 para 2.884, até ontem, na safra 2008/09. O Paraná foi o estado com o maior número de registros: 1.582. Na safra 2007/08, o volume ficou em 1.038. Apesar disso, a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, garante que o número não retrata uma epidemia da doença. Na verdade, o Paraná conta com mais laboratórios que cadastram as informações dos produtores. A rede formada pelo Consórcio reúne mais de 100 profissionais de 17 estados brasileiros.

Cláudia afirma que a despeito do número de ocorrências, o importante é que a agressividade da doença foi menor do que na safra passada. ""Os focos não refletem que a epidemia aumentou, mostram que o número de cadastro tem sido eficiente. A nossa rede está mais rápida para identificar e relatar o número de focos"", completou.

Conforme informações do Consórcio, nas regiões Sul e Sudeste - Paraná, Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG) - foram cultivados 9,1 milhões de hectares de soja, com média de produtividade de 36,83 sacas por hectare, no Paraná. O Estado, segundo maior produtor da oleaginosa no Brasil, atrás apenas do Mato Grosso, cultivou sozinho 4 milhões de hectares. A previsão de produtividade no estado era de 49,83 sc/ha, mas foram colhidas 38,95 sc/ha.

Estima-se que os produtores perderam 4,7% de rendimento em decorrência da ferrugem da soja. Os sojicultores do Estado fizeram, em média, 1,8 aplicações para controlar a ferrugem. Considerando o gasto de R$ 52,20/aplicação/hectare, os gastos somaram R$ 375 milhões com a aplicação de fungicidas. No RS a média de produtividade foi de 36,83 sc/ha e 41 sc/ha, em SP. Segundo dados do Consórcio, no RS houve redução de 21% da produtividade, mas principalmente em função da estiagem.

No Paraná, reforça Cláudia, a incidência da ferrugem não foi tão agressiva por conta da seca, mas também pelo fato de os produtores conhecerem melhor a doença e conseguir controlá-la. Em 2001, cita a pesquisadora, quando foi identificado o primeiro foco da ferrugem, as perdas da lavoura eram elevadas por causa da falta de informações e falta de produtos registrados.

""Agora aumentou o número de fungicidas, o produtor conhece a doença e também é aplicado o vazio sanitário. Tudo isso junto, ajuda no controle da ferrugem"", pontua, ressaltando que apesar do número de focos terem aumentado, o resultado tem sido positivo pelo fato do produto conseguir controlar os focos. A Embrapa, segundo Cláudia, tem atuado no sentido de desenvolver cultivares mais resistentes à doença e também na transferência de informações para o produtor, inclusive com treinamento.

Ferrugem asiática

De acordo com informações do Consórcio, a ferrugem asiática é uma das principais doenças da soja pelo seu alto potencial destrutivo. Constatada inicialmente em 2001 no Brasil, a ferrugem rapidamente se disseminou e, nas últimas safras, foi identificada em quase todas as regiões produtoras de soja do País. Plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce, o que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade.

As perdas em grãos, ocasionadas pela ferrugem, vêm diminuindo nos últimos anos, mas ainda ocorrem. A aplicação de fungicidas, cultivares de soja resistentes e o vazio sanitário são hoje as principais ferramentas de manejo da doença para reduzir perdas.

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