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Custo de produção aumenta

Estiagem na região Sul provoca quebra da safra de milho


Estiagem na região Sul do país provoca quebra da safra de milho, levando a necessidade de importar cereal e, consequentemente, custo de produção deve ficar mais elevado
 
O milho é um cereal estratégico, mas a safra brasileira tem sido somente para a auto-suficiência, exportando um pouco do excedente, porém, não mais do que 10 milhões de toneladas e a previsão de colheita nacional são de 59 milhões de t, com uma quebra devido à falta de chuva na região Sul, o que vai provocar um volume inadequado para os estoques de passagem e para o crescimento da avicultura, suinocultura e lácteos.

O presidente da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, comenta que o Brasil tem a sorte de realizar duas safras do cereal. “Não são mais safra e safrinha, mas sim, duas safras. Tão logo acontece a colheita da primeira, como está ocorrendo no momento na região Centro-Oeste, já está sendo semeada a segunda safra. Entretanto, há uma dosagem histórica. Quando a primeira é boa, a segunda tem menor produtividade ou vice-versa. Por isso, não estamos tão apreensivos com a falta de milho no Brasil”, comenta.

Conforme Turra, seria ruim pensar em falta de milho para a avicultura, já que milho é um insumo básico, equivale a 60% da ração e não está disponível em qualquer mercado, por exemplo, o Sul-Americano ou Latino-Americano. Estados Unidos usam milho para alimentação humana, animal e etanol. “Está se tornando cada vez mais em um cereal estratégico”, acrescenta.
 
o momento, o presidente da Ubabef diz que está preocupado, mas tem certeza de que a segunda safra vai ser positiva. Porém, com relação ao Rio Grande do Sul, onde só há uma safra, haverá perdas. “É um Estado importador e, nesse ano terá que importar ainda mais de outros estados, como o Centro-Oeste. Isso significa que vamos perdendo nossa competitividade”, explica.

Essa condição no estado gaúcho fará com que o agricultor que cultiva milho perder em rentabilidade, pois o cereal será escasso e poucos vão ter a sorte de vender a produção a um preço mais elevado. Além disso, o custo da produção de suínos, aves e lácteos no Rio Grande do Sul ficará ainda mais elevado ao comparar com o Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Sob todos estes aspectos, efetivamente e irremediavelmente, perdemos”, afirma.

A região Sul do país, que foi afetada pela estiagem, representa 71% da produção nacional de aves. Em 2011, o setor apresentou crescimento de 7% na produção, chegando quase em 2º lugar a nível mundial, com a produção de mais de 13 milhões de toneladas. Continua líder nas exportações, com um percentual de 40% das exportações de aves no mundo, superando todos outros países. Com relação às exportações, em 2011 elas apresentaram um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior. Mas Turra afirma que devido ao aumento do custo dos insumos, em função da estiagem e pela instabilidade da crise mundial, há mercados que hoje estão se retraindo, como a Rússia.

Apesar do cenário atual e perspectivas para o ano, o presidente da Ubabef diz que sempre há a intenção de conquistar novos mercados, porém, quando já se tem 154 países, sempre é mais difícil conquistar os próximos. “Isso porque entre nossas intenções estão Malásia e Camboja - mercados com problemas ou produção própria expressiva”, conclui.
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