CI

Custo elevado vai reduzir produção mundial de trigo

O alerta foi feito hoje pelo economista da Conab, Paulo Moceli


A I Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale e o VII Seminário Técnico de Trigo encerraram a programação nesta quinta-feira (26-07). O economista da Conab, Paulo Moceli, fez a última palestra do evento traçando um panorama da produção brasileira e mundial de grãos, com destaque para o trigo. Segundo Moceli, “existe uma tendência mundial na redução dos estoques de produtos agrícolas por conta dos elevados custos, o que deve manter uma pequena elevação nos preços das comodities”.

Ele alertou, no entanto, que não deve haver mudanças radicais no valor da saca. A expectativa do economista é que a saca de 60 quilos de trigo chegue a, no máximo, R$ 40 a curto prazo. Além da diminuição dos estoques, Moceli afirmou que os preços do trigo devem permanecer em elevação por conta da redução da produção da Argentina, principal exportador do cereal para o Brasil, e da produção brasileira ainda estar longe da auto-sufiência – o pais importa em torno de 60% do que consome. O economista da Conab afirma que a pesquisa teve um papel fundamental no aumento da produtividade nacional, mas as condições climáticas e a instabilidade do mercado são um empecilho para o aumento da produção.

O presidente da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (Fepagro), Benami Bacaltchuk, que também proferiu uma palestra durante o evento, salientou a importância da pesquisa agrícola. Ele afirmou que graças à pesquisa foi possível aumentar a produtividade, apesar da redução na área plantada. No entanto, Bacaltchuk fez um alerta. “Se nós quisermos ser auto-suficientes, teremos que ser exportadores. Não existe auto-sufiência para comer”. Para o presidente da Fepagro, “será a base tecnológica que vai permitir a auto-sufiência e a exportação”.

O agrônomo da Cooperativa C-Vale, Ronaldo Vendrame, discutiu o assunto com o presidente da Fepagro. Vendrame defendeu o desenvolvimento de variedades tolerantes a seca e a geada como o grande desafio da pesquisa para os próximos anos. Para ele, os problemas climáticos estão entre os principais limitadores da produção brasileira, o que pode ser minimizado com variedades mais resistentes. O agrônomo lembrou que a maioria das seguradoras não tem interesse em segurar a produção porque o risco de quebra é muito grande, contribuindo para a diminuição da área plantada em todo o país.

A Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale a o VII Seminário Técnico do Trigo foram uma promoção da Fundação Meridional com a organização do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, e da Embrapa, com o apoio da Sociedade Rural do Paraná. As informações são da assessoria de imprensa do Iapar.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.