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De cobertura de eventos à agricultura, drones ganham espaço

Produção de imagens em alta resolução auxiliam produtores no combate à pragas e falhas nas plantações


Com o objetivo de reduzir impactos ambientais e aumentar a produtividade das culturas, o uso de Veículos Aéreos Não-Tripulados (Vants) – chamados popularmente de drones – deve se tornar uma prática entre os grandes e médios produtores. As imagens produzidas pelos equipamentos podem ajudar a identificar pragas, deficiências, doenças e falhas nas plantações. 

Rodrigo Meirelles é diretor da empresa Drone Records, pioneira neste tipo de serviço em Goiás. Há dois anos e meio no mercado, os vants usados por Rodrigo fazem o mapeamento de grandes áreas, que vão de 100 a 10 mil hectares. “Fazemos, por exemplo, fotogrametria, um tipo de levantamento topográfico. Somos genuinamente goianos, mas atendemos clientes em todo o Brasil”, conta Rodrigo.

O empresário explica que em qualquer cultura, é possível saber rapidamente sobre a saúde da plantação ou encontrar falhas, como na linha de plantio da cana-de-açúcar, por exemplo. “São informações que chegam ao proprietário de forma rápida e eficaz. O levantamento que um agrônomo sozinho levaria dias para fazer e apresentaria resultados baseado em uma amostra analisada, fazemos com o drone em um dia e com informação muito mais precisa”, explica.

De acordo com o Rodrigo, se usada de forma correta, as informações contribuem para o crescimento da produção. As imagens não apresentam solução, diz o empresário, mas mostram ao agricultor que caminho precisa ser seguido. “Quando se identifica o problema no início, o combate é mais rápido. Tempo no campo é dinheiro. Temos na equipe profissionais de áreas especializadas que nos auxiliam”, conta.

Adaptação

O pesquisador da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Lino Carlos Borges, lembra que o uso dos equipamentos nos campos de Goiás ainda é pequeno. Ele afirma que as empresas e produtores estão se adaptando às novas técnicas. “É um instrumento fantástico, que na agricultura consegue identificar doenças que os produtores não perceberiam, pois geralmente não é possível observar as plantações tão de perto. Não é mais o futuro, é o presente”, afirma Borges. 

O especialista afirma que percebe boa receptividade do mercado, mas o crescimento ainda esbarra na falta de regulamentação por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “A Anatel Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já determinou que é preciso solicitar o uso de espaço aéreo, mas ainda não tivemos nenhuma resposta da Anac”, lamenta Freitas. De acordo com o diretor, muitos órgãos públicos deixam de contratar o serviço pela falta de regulamentação.  

Entrar no mercado demanda alto investimento, diz empresário

 Para trabalhar com drones em áreas como a agricultura - em que as imagens precisam ter alta resolução - o investimento é grande. De acordo com o diretor da Drone Records, Rodrigo Meirelles, o equipamento mais barato que atende ao serviço custa cerca de R$ 60 mil. Outras maquinas, ainda melhores, chegam a custar até R$ 300 mil. “Não é um mercado fácil de entrar, o investimento inicial é alto, mas vale a pena. Estamos na contramão da crise. Mesmo com os problemas de regulamentação, nossa expectativa é de crescimento”, explica o diretor.
Rafael Ferreira é proprietário da empresa goiana Drone Like. No mercado há três anos, começou a usar o equipamento para passar o tempo com os amigos. Atualmente presta serviços principalmente para imobiliárias, no acompanhamento de obras e estruturação de loteamentos.

Além disso, também faz imagens de eventos. “Estou fazendo cursos de fotogrametria, queremos entrar na área da agricultura em breve”, afirma o empresário. 

Em relação ao investimento, Rafael conta que comprou primeiro um drone de R$ 3 mil. Ele o usa no trabalho de rotina e tem outro para emergências. Além disso, a empresa também presta assessoria e concede cursos para pessoas interessadas em trabalhar com o equipamento. “É um mercado em expansão, mas tem que se especializar. É preciso mostrar diferencial para o cliente”, diz Rafael.

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