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Déficit de produtos químicos alcança US$ 27 bi em um ano

“Aquilo que se projetava para o final do ano se consumou já em agosto"


Informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) indicam que a importação de produtos químicos do exterior totalizou US$ 27,6 bilhões em um período de 12 meses, o que representa um alta de 14,7% em relação ao mesmo período de 2017. De acordo com a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o resultado está surpreendendo os analistas. 

“Aquilo que se projetava para o final do ano [déficit de US$ 27 bi], se consumou já em agosto. A forte alta cambial e algumas turbulências na economia não inibiram o crescimento das importações, de US$ 4,4 bi nesse mês. Estamos acompanhando ‘com lupa’ os fluxos comerciais e é com muita preocupação que vemos a escalada das compras externas de produtos químicos, que foram de US$ 2,8 bi em fevereiro para US$ 4,4 bilhões em agosto”, comenta. 

Além disso, o levantamento constatou que o resultado é o maior para o mês desde os anos de 2013 e de 2014, onde tinha sido registrado um total de US$ 32 e US$ 31,2 bilhões, respectivamente, o que já era um recorde. No entanto, volume de importações foi de 26,8 milhões de toneladas, uma queda de 7,4%, apesar da recente retomada das aquisições de fertilizantes. 

Com esse resultado, o déficit na balança comercial de produtos químicos, de janeiro a agosto, chegou a US$ 18,7 bilhões, ou seja, 23,2% a mais em relação ao igual período de 2017.  Para a diretora, o passo fundamental para a reestruturação desse sistema deve ser dado pelo governo, que precisa evitar o que chamou de “importações em condições predatórias”. 

“O excedente disponível no mercado internacional com a intensificação da guerra comercial entre as maiores economias representa uma ameaça real à produção nacional e à atração de novos investimentos e o Governo precisa garantir o funcionamento eficiente do sistema brasileiro de defesa comercial, intensificar o combate contra importações com indícios de irregularidades fiscais e administrativas e elaborar imediatamente um mecanismo de controle de comércio que impeça que o Brasil seja alvo de um surto de importações em condições predatórias decorrentes do atual desequilíbrio internacional”, conclui.

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