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Demanda por álcool eleva preços agrícolas

Os preços agrícolas já aumentaram 2,4% nas duas semanas de dezembro


Os preços agrícolas já aumentaram 2,4% nas duas semanas de dezembro. Milho e soja, além do café, definiram a direção do mercado. A pressão da demanda por biocombustíveis definem a direção dos preços e essa situação deverá permanecer ao longo de todo o próximo ano, segundo acredita o analista Fábio Silveira, da RC Consultores. Essa é uma situação global, com fortes reflexos no mercado doméstico, disse o consultor. As altas de preços tendem a ser mais acentuadas nos próximos meses, quanto mais intensivo for o uso do milho, acrescentou.

Como países, como os Estados Unidos, estão intensificando a produção de etanol a partir do milho, o produto se valoriza de forma acelerada. A alta do milho incentiva o plantio dessas lavouras que por sua vez ocupam a área das culturas de soja. O resultado é a também elevação dos preços da soja e demais grãos, o que inclui o trigo e o sorgo.

Para Silveira, o cenário negativo para o trigo tende a se agravar. Houve quebra da produção em vários países produtores, como Austrália e em países europeus. A produção brasileira se reduziu quase à metade, o que elevou a dependência das importações do trigo argentino, cuja produção foi menor que a média histórica, por causa da seca.

Todos esses fatores deverão afetar a cadeia produtiva de carnes, avisa Silveira. O ano de 2007 deve ser difícil para os criadores. Suas margens de lucro deverão ficar comprimidas, uma vez que a alta dos preços de um determinado tipo de carne deve levar os consumidores a migrar para outro, provocando um sistema de compensação que impede os produtores repassarem seus custos para os preços de seus produtos.

Neste cenário, a carne bovina, que tem pequena dependência do milho para a alimentação dos rebanhos, levará vantagem, garantindo melhor resultado financeiro para os criadores. Os produtores de aves e suínos deverão ser os mais afetados, por causa da alta dos preços dos grãos. Mas para o consumidor, a tendência será de alta conjunta dos preços das carnes em 2007.

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