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Depois de cinco safras trigo volta a dar lucro no PR

A expectativa é que os preços compensem a redução de 17% na produção


Nas últimas cinco safras, os produtores paranaenses de trigo não estavam tendo lucros com a cultura de trigo. Nesse ano está sendo diferente e em plena colheita o preço do produto está em alta. A elevação nos preços está ocorrendo em função da escassez dos estoques mundiais. Nessa quarta-feira (22-08) o produto foi comercializado a R$ 31 na região de Campo Mourão (PR).

A expectativa é que os preços do produto compensem a redução de 17% na produção em função das geadas ocorridas no mês passado. A previsão de produção de trigo no Estado, maior produtor do País, é de 1,71 milhão de toneladas.

O assessor técnico e econômico do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti, acredita que o produtor paranaense será beneficiado com o cenário atual. De acordo com ele a safra que está sendo colhida está com boa qualidade. “Está ocorrendo uma situação diferente, pois os preços estão altos mesmo em plena colheita de trigo. Os produtores rurais devem aproveitar esse cenário”, diz.

Ele revela que no mês de julho a saca de trigo estava sendo comercializada a uma média de R$ 26,56 no Paraná e ontem era de R$ 31,39. “Se compararmos o preço atual com o de julho do ano passado (média de R$ 19,42), os produtores estão recebendo 62% a mais”, observa Mafioletti. “Nesse ano os produtores de trigo estão obtendo lucro. Coisa que não acontecia há cinco safras”, acrescenta.

Este ano, as cotações cobrem o custo de produção, avaliado em R$ 28 a saca pelo Sistema Ocepar. “Em anos anteriores nem esse custo era alcançado pelas cotações do grão”, lembra Mafioletti.

De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), nessa safra foram plantados 90 mil hectares com a cultura e havia uma previsão inicial de colher 207 mil toneladas de trigo. Porém, a falta de chuva e as ocorrências de geadas causaram uma queda de 15% nas lavouras.

Safra passada – A colheita de 2006 foi a pior dos últimos cinco anos. Ficou 58,9% abaixo da registrada no ano anterior. Houve quem perdesse toda a produção por causa das geadas registradas em 4, 5 e 6 de setembro do ano passado. A produção estadual foi de 1,2 milhão de toneladas. Agora, mesmo com área menor e destempero climático, a expectativa é de que o estado colha 60% a mais.

O quadro que tornou o trigo mais lucrativo, e que traz de volta a possibilidade de aumento da produção nacional a longo prazo, deve-se à Argentina. O país vizinho, que fornece mais da metade do trigo consumido pelos brasileiros, diz que está sem produto para exportar e só vende farinha já industrializada desde março. Se a venda do grão for liberada por volta de setembro, como prevêem as indústrias brasileiras, a relação de dependência entre os dois países não muda, mas os preços do trigo brasileiro ficam acima do normal.

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