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Descargas elétricas controlam nematoides

Controlaram até 90% da população de Meloidogyne incognita na cultura da soja


Foto: Sergio Coutinho, CEO da Zasso

Descargas elétricas podem auxiliar no controle de nematoides, demonstra estudos inéditos do Instituto Biológico de São Paulo (IB) e Funep (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão) apresentadas oficialmente no 37º Congresso Brasileiro de Nematologia, que se encerrou na quinta-feira em Ribeirão Preto, SP.

De acordo com os dados da pesquisa, as descargas elétricas controlaram até 90% da população de Meloidogyne incognita na cultura da soja. Na cana-de-açúcar houve redução de 88% do nematoide Pratylenchus zeae, além de redução de 83% na população de Meloidogyne javanica.

Nos experimentos foi usada a tecnologia da empresa Zasso AG em condições controladas, avaliando-se o número de nematoides ativos (vivos) extraídos do sistema radicular das plantas após os tratamentos com diferentes tempos de exposição das descargas elétricas, no período entre os anos de 2020 e 2021.

Na soja, o tratamento com descarga elétrica ocorreu 60 dias após a semeadura e a inoculação visando o controle de Meloidogyne incognita, 

De acordo com o relatório, foram registrados resultados “muito positivos na redução da população final dos nematoides nas raízes de soja em relação à testemunha”. 

“Destaque para as parcelas que receberam o tratamento com 4 segundos de exposição, pois apresentaram estimativa de redução populacional de 90%”, conta o engenheiro agrônomo e diretor comercial da Zasso AG, Emílio Garnham. 

Já na cana-de-açúcar, a pesquisa ocorreu com a aplicação elétrica 40 dias após o transplante e inoculação, com a descarga elétrica reduzindo “significativamente a população” de nematoides, explica Garnham.

Nos dois experimentos, as descargas foram aplicadas com o equipamento (protótipo) desenvolvido pela Zasso AG exclusivamente para o controle de nematoides e os parâmetros utilizados diferem de uma aplicação de capina elétrica para eliminar as plantas daninhas – que era o alvo inicial da tecnologia desenvolvida pela empresa.

Além do IB, a Unesp também testou a tecnologia da Zasso AG em plantas de soja no controle de nematoides. 

Após serem coletadas as plantas e solo para verificar o efeito sobre as populações de nematoides encontradas, os tratamentos com descarga elétrica diminuíram o número de M. javanica e M. incognita nas raízes, com médias entre 48,3 e 98,6%, respectivamente, de controle. 

Também foi avaliada a diminuição na população de Heterodera glycines nas raízes e ainda de cistos viáveis no solo. “No geral, houve redução na população de todas as espécies de nematoides (M. javanica, M. incognita, H. glycines e P. brachyurus) no solo e também semelhante nas raízes”, completa o engenheiro agrônomo.

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