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Descoberta aumenta eficiência de biocombustíveis e melhora gramíneas

Supressão de gene também torna gramíneas mais digeríveis ao gado


Foi identificado por uma equipe de pesquisadores sediada na Embrapa um gene responsável pela “dureza das paredes celulares vegetais”. Na prática, o achado permite aumentar eficiência da produção de biocombustíveis e tornar gramíneas mais digeríveis ao gado.

A supressão do gene descoberto pela equipe (que alia cientistas do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos) aumentou a liberação de açúcares em até 60%. De acordo com a pesquisa, publicada nesta segunda-feira (08.01) na revista New Phytologist, será possível o desenvolvimento de gramíneas mais digeríveis e com maior valor nutricional para os animais ruminantes.

Isso porque o maior poder calorífico da biomassa vegetal está contida nas fortes paredes celulares das gramíneas forrageiras. Essa robustez, explica a Embrapa, dificulta a digestão no rúmen de bovinos e ovinos e é um obstáculo para a produção de etanol nas biorrefinarias.

“O impacto da pesquisa é potencialmente global, pois todos os países utilizam pastagens para alimentar seus animais e várias biorrefinarias em todo o mundo usam essa matéria-prima”, diz Rowan Mitchell, biólogo de plantas do Rothamsted Research, no Reino Unido, e co-líder da equipe.

Também coordenador dos trabalhos, o pesquisador Hugo Molinari do Laboratório de Genética e Biotecnologia da Embrapa Agroenergia informa que o setor envolve cifras bilionárias: “Somente no Brasil, os mercados potenciais desta tecnologia foram avaliados no ano passado em R$ 1,3 bilhão (US$ 400 milhões) para o segmento de biocombustíveis e de R$ 61 milhões para alimentação de bovinos. Além do impacto econômico, é importante dizer que é uma descoberta muito importante para a comunidade científica”.

“De forma econômica e ambiental, o setor agropecuário se beneficiará de uma forragem mais eficiente e nossa indústria de biocombustíveis se beneficiará da biomassa que precisa de menos enzimas para quebrá-la durante o processo de hidrólise”, conclui Molinari.

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