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Desempenho do frango vivo em setembro e nos nove primeiros meses de 2016

Como já havia ocorrido em março deste ano, o frango vivo passou pelo mês de setembro registrando absoluta estabilidade de preço.


Como já havia ocorrido em março deste ano, o frango vivo passou pelo mês de setembro (tanto em São Paulo como em Minas Gerais) registrando absoluta estabilidade de preço. Preço, aliás, herdado do mês anterior, agosto. Assim, o valor corrente em São Paulo – R$3,10/kg – completou, em 30 de setembro, 31 dias de vigência. E o de Minas Gerais – R$3,30/kg – 33 dias.

Porém, a estabilidade de preço não se traduziu em concomitante estabilidade de mercado. Pelo contrário, nem mesmo nos melhores momentos de negócios do mês (primeiro decêndio) foi registrada alguma firmeza de mercado. Este permaneceu entre fraco e calmo durante todo o período.

Uma vez que, aparentemente, não houve aumento de produção, tal comportamento denota baixa procura pelas aves vivas dos independentes. E como, paralelamente a elas, houve contínua oferta de produto excedente das integrações, no decorrer do mês muitos negócios acabaram sendo concretizados por valores inferiores aos da cotação referencial.

Partindo para o balanço (tendo como base as negociações efetivadas no interior paulista): o preço de setembro significou redução de quase 2% sobre o mês anterior. Isto, após três meses sucessivos de altas. O pior, porém, é que, em termos anuais, o incremento de setembro não chegou a dois dígitos (pela primeira vez nos últimos 11 meses), pois o incremento sobre setembro de 2016 foi inferior a 8% - índice que, embora muito próximo da inflação anual, se encontra visivelmente aquém do aumento de custos enfrentado pelo setor desde o início de 2016.

Sob esse aspecto, aliás, nos nove primeiros meses do corrente exercício o frango vivo alcançou preço médio próximo de R$2,83/kg, valor que está menos de 15% acima da média registrada no mesmo período do ano passado (cerca de R$2,47/kg entre janeiro e setembro de 2015). Ou seja: consegue superar a inflação acumulada no período, mas, novamente, permanece com uma remuneração muito inferior à evolução dos custos – que, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves, foram (na média entre janeiro e agosto deste ano) quase 30% superiores aos de idêntico período do ano anterior. 

Como entramos no derradeiro trimestre do ano, as esperanças de recuperação deveriam se renovar, pois este é o período em que, tradicionalmente, se alcançam os melhores preços de cada exercício.

Nos últimos 22 anos – entre 1994 e 2015 – o preço médio do 4º trimestre ficou cerca de 15% acima da média registrada nos três primeiros trimestres. Portanto, deveríamos alcançar, nestes derradeiros 92 dias de 2016, valor médio em torno de R$3,25/kg. 

Não que estejamos distantes, pois em relação ao valor atual isso implica em um aumento inferior a 5%. Mas, em função das condições de mercado, chegar e manter essa média nestes próximos três meses representará enorme desafio. Pois ainda que a produção siga restrita, as condições de consumo mostram crescente deterioração.

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