Férias (como as de julho) são vistas, normalmente, como períodos de penalização do setor produtor de ovos. Porque nessas ocasiões, ano após ano, férias após férias, a atividade fica momentaneamente sem um de seus mais representativos mercados: a merenda escolar.
Em 2014, porém, o setor foi ainda mais penalizado. Porque, com a Copa, as férias (e não só as escolares) foram antecipadas e alongadas além do habitual. Resultado: além do recuo de preços em maio (natural, porque pós-Quaresma e pós-Páscoa), quedas também em junho e julho, o que faz com que as perdas médias acumuladas em três meses cheguem a, praticamente, 23%.
O fato é que o ovo encerrou o primeiro mês do segundo semestre com um valor cerca de 4% menor que o do mês anterior e uma redução de quase 10% em relação ao mesmo mês do ano passado – o que, considerada a inflação acumulada nos últimos 12 meses, eleva bem mais as perdas do produto.
Com isso, o valor médio alcançado no primeiro mês do segundo semestre corresponde ao segundo menor patamar de preços de 2014. Ou seja: pior que julho passado, só janeiro de 2014. Quando o País também estava em férias.
Embora em índice menor, idêntica situação de perda é verificada, também, no valor médio obtido pelo ovo nos sete meses iniciais de 2014. Por exemplo, a média de R$58,68 alcançada pela caixa do ovo extra branco nesse período se mantém cerca de 4,5% abaixo do que foi alcançado entre janeiro e julho de 2013.
É verdade, por outro lado, que esse valor, quando comparado à média dos 12 meses do ano passado (R$57,86/caixa) ainda é positivo, representando incremento (nominal) de quase 1,5%. Porém, mantido o comportamento até agora observado (por exemplo: preço superior ao de um ano atrás em apenas 64 dos 212 dias transcorridos entre janeiro e julho de 2014) até mesmo esse ganho corre o risco de sofrer rápida diluição.