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Desempenho do ovo em maio de 2011

Praticamente todos os ganhos obtidos pelo ovo no decorrer de 2011 se perderam no decorrer do mês de maio


Praticamente todos os ganhos obtidos pelo ovo no decorrer de 2011 se perderam no decorrer do mês de maio – aquele que, comercialmente falando, sempre foi considerado o segundo melhor do ano. E a reativação, quando ocorreu, chegou tardiamente.

O fato é que, após iniciar o ano com pequena desvalorização (-4,33%) em relação ao último mês do ano anterior, o ovo entrou em um processo de valorização significativo: ganho de 19,45% em fevereiro (o que fez com que o valor nominal do mês fosse o maior em quase dois anos), com continuidade em março (+10,80%) e também em abril (+7,74%). Mas então, o ritmo de expansão anterior já havia desaparecido, fato inicialmente atribuído ao fim da Quaresma.

Não foi bem assim, como se viu. Pois em maio o produto perdeu mais de 18% de seu preço anterior e registrou cotação média pouco superior a R$43,00/caixa, valor que, neste ano, está acima apenas do preço médio registrado em janeiro. E, em relação a maio do ano passado, o produto obteve no mês ganho de não mais que 10%, valor obviamente insuficiente para fazer frente à evolução de custos do principal insumo do produto, o milho, que no mesmo espaço de tempo aumentou cerca de 60%.

Em busca das causas que determinaram a desvalorização do produto, é inevitável concluir que houve aumento da produção – um paradoxo se considerado que os dias agora são mais curtos e levam a uma queda natural da postura. Pode ser, até, que isso esteja efetivamente ocorrendo. Mas, sem dúvida, os efeitos da chegada do inverno, se existiram, acabaram neutralizados pelo plantel de poedeiras que – considerados os números levantados pelo próprio setor produtivo – registrava em maio aumento anual da ordem de 27,5% no número de cabeças em produção.

Mas como nenhum mal vem sozinho, este – tudo indica – vem tendo inesperado (mas sério) agravante: a queda nas exportações do produto que, no ano (e sem considerar, ainda, o mês de maio), já retrocederam cerca de 60%, enquanto nos 12 meses encerrados em abril de 2011 apresentam queda de mais de 40%.

Em consequência do fraco desempenho no mês, o preço médio dos cinco primeiros meses do ano se encontra, agora, 19,35% acima da média anual de 2010. Nominalmente, esse continua sendo o melhor preço já recebido pelo setor em todos os tempos. Mas em valores reais (isto é, considerada a inflação acumulada no período) a média atual (R$45,24/caixa) é, com certeza, inferior aos R$43,62/caixa alcançados três anos atrás, no decorrer de 2008.

Aliás, em 2008 o ovo também chegou a ser remunerado por R$54,00/caixa, valor máximo atingido neste ano, no pico da Quaresma. A diferença – magistral diferença – é que, lá, o milho estava bem mais barato.


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