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Desmatamento na Amazônia é o menor já registrado

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgou os dados referentes ao período de agosto de 2009 a julho de 2010


Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgou os dados referentes ao período de agosto de 2009 a julho de 2010

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou nesta quarta-feira (01) as estimativas de desmatamento referentes ao período de 12 meses contados a partir de agosto de 2009. Os resultados são animadores: é a segunda redução consecutiva e reforça a tendência de queda das taxas anuais desde 2004. O destaque é a queda do desmatamento no estado do Mato Grosso: 11.814 km2 para 828 km2 no último levantamento.

Os 6.451 km2 desmatados correspondem a uma redução de 77% em relação a 2004, uma conquista de grande valor para a sociedade. Esses valores são calculados pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (PRODES) com base nas estimativas de corte raso realizadas a partir das imagens do satélite Landsat. Pelo gráfico abaixo, pode-se ver as estimativas anuais desde 1988.
 


A queda no desmatamento do bioma Amazônia traz consigo diversos benefícios. O mais claro deles é o aproveitamento das externalidades positivas por toda a sociedade, inclusive de outros países, na forma da manutenção do equilíbrio dos regimes de chuvas, ventos e temperatura.

Outro aspecto importante é a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa do Brasil. De acordo com o inventário de 2005, as emissões relacionadas às mudanças de uso da terra e florestas representaram mais de três quartos dos 1.637,9 milhões de toneladas de CO2 equivalente emitidos em todo o país. Somente o desmatamento e as queimadas do bioma Amazônia foram responsáveis por 842,9 milhões de toneladas, ou seja, mais da metade.

Neste caso, um grande benefício é a melhoria da imagem do país no cenário internacional e, consequentemente, dos setores produtivos intensivos em uso da terra. Claramente, a agropecuária brasileira sai fortalecida: apesar dos graves problemas fundiários na região amazônica e de diversos outros fatores causadores do desmatamento, este ainda é associado de forma simplista e muitas vezes equivocada ao crescimento da produção agrícola. Pois bem, o desmatamento vem caindo e a produção de grãos desde 2004 aumentou em 30 milhões de toneladas (+25%).

O crescimento da soja também foi importante, já que nesse período o Brasil aumentou sua produção em 17 milhões de toneladas, equivalente à safra da China, o 4º maior produtor mundial. A área plantada, contudo, pouco se alterou e se manteve na ordem dos 23 milhões de hectares. Crescer sem depender da abertura de novas áreas é, de fato, uma grande conquista da qual muitos países gostariam de desfrutar.

Com vistas a dar transparência sobre o papel pouco relevante da soja nos processos de desmatamento do bioma Amazônia, as empresas associadas da ABIOVE e da ANEC se comprometeram a não adquirir a produção proveniente de novas áreas abertas após julho de 2006. A iniciativa, conhecida como Moratória da Soja, vem contribuindo para a governança do bioma por meio do melhor entendimento das causas do desmatamento e pelo incentivo à sua redução (o plantio de soja representou apenas 0,25% da área total desmatada nos últimos três anos).

O fato do Brasil antecipar em cinco anos o cumprimento da meta voluntariamente assumida na 15ª Conferência do Clima em Copenhague lhe credencia como um ator importante na formulação e execução dos acordos relacionados às mudanças climáticas em negociação. Cabe ao país utilizar esse elemento a seu favor propugnando pelo pagamento pelos serviços ambientais das suas florestas, tanto as públicas quanto as privadas.
Não menos importante, deve defender de maneira firme o setor produtivo nacional das inúmeras barreiras comerciais internacionais que vem sendo criadas sob o argumento da proteção dos recursos naturais.

As informações são da assessoria de imprensa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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