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Desmate evitado em cidade de MT que deixou 'lista suja' soma 193 mil ha

Pecuária melhorou utilização de áreas e evitou abertura de terras


Pecuária melhorou utilização de áreas e evitou abertura de terras
 
Investimentos e utilização de tecnologias para estimular a produção e melhoramento do gado contribuíram para reduzir o desmatamento do bioma amazônico em Alta Floresta, município 800 quilômetros de Cuiabá. Até o ano de 2011 o chamado 'desmatamento evitado' atingiu 193,1 mil hectares, demonstrou um estudo elabarado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em dados da Acrimat, Indea e IBGE. Na prática, passou-se a criar um número maior de animais sem que para isso fossem necessárias novas aberturas de áreas.

O município figurava como um dos maiores desmatadores da floresta e havia sido incluso pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) na lista das cidades prioritárias para se desenvolverem ações de controle e combate à devastação da floresta. Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso destaca que a pecuária cresceu de forma sustentável e sem agredir ao meio ambiente.

"O produtor investiu em tecnologia, em manejo e melhoramento de pastagem e conseguiu produzir mais em menos e essa é uma produção sustentável, pois o interesse do produtor é preservar a terra para continuar produzindo", defendeu o dirigente.

Para Vacari, os números ajudam a entender a dinâmica da pecuária no município. Em 2011, os pecuaristas utilizaram uma área equivalente a 432 mil hectares para produzirem 838,9 mil animais. Mas pelas contas da associação, sem a adoção de tecnologias na atividade o setor necessataria de 625,2 mil hectares para criar o mesmo plantel.

Nos últimos 15 anos, enquanto a área de pastagem cresceu 37% o rebanho bovino evoluiu 98%. Na prática, passou de 423,1 mil animais para mais de 838 mil, demonstrou a Acrismat.

Por outro lado, a ausência de regras claras para a regularização fundiária e ambiental nas propriedades rurais ainda é apontada como entrave para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, aponta Vacari.
 
"O produtor precisa de leis que estabeleçam regras claras, de assistência técnica rural e principalmente linhas de crédito compatíveis com a atividade, para assim consolidar o processo de melhoria contínua nas propriedades rurais de Mato Grosso", acrescentou o Luciano Vacari.

Os estudos apresentados pela entidade em Alta Floresta, durante o seminário 'Estratégias e Projetos para um Município Verde' mostraram ainda que a taxa de lotação - o total de animais criados por hectare - cresceu 45% entre 1997 e 2011. Ou seja, de 1,34 cabeças por hectare passou-se a criar 1,94.

Microrregião

Ao se avaliar o desempenho da pecuária na microrregião de Alta Floresta, formada pelos municípios de Alta Floresta, Carlinda, Colíder, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita e Novo Mundo, juntos detêm uma área que ultrapassa 2,7 milhões de hectares e representam cerca de 3% da área total de Mato Grosso.

A microrregião possui 1,36 milhão de hectare de pastagem e concentra, sendo a 9ª maior área de pastagem do estado, ocupando 50% da área de seus municípios.

A atividade predominante na localidade é a recria e engorda, indicou o Anuário da Bovinocultura, criado pelo Imea.

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