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Desperdício no campo

Mais de R$ 229 milhões deixam de circular na economia gaúcha devido às perdas na colheita


Mais de R$ 229 milhões deixam de circular na economia gaúcha devido às perdas na colheita

A supersafra de verão devido ao bom rendimento das lavouras de soja, especialmente das variedades de ciclo médio e tardio, os quais ficaram, em alguns casos, acima dos 3 mil quilos por hectare, levou o Rio Grande do Sul a colher a maior safra da história, com a produção chegando a 12,388 milhões de toneladas, o que representa cerca de 9% a mais que a estimativa inicial. Entretanto, mesmo com preços bons, parte da safra foi desperdiçada, no campo, nas rodovias e também nos armazéns.


Segundo o agrônomo da Emater, Claudio Doro, as perdas na colheita ficaram em média, em 60 quilos por hectare – o que representa 2% da safra regional. Isto por conta da má conservação das máquinas, regulagem da automotriz inadequada e mão de obra não especializada. Hoje, a saca de 60 quilos está cotada em R$ 55,5 no balcão. Tendo em vista a produção gaúcha de 12.388 milhões de tonelada e 2% de perdas na lavoura, o prejuízo é de R$ 229.030 milhões que deixam de circular na economia gaúcha.

Dóro comenta que as perdas na lavoura oscilaram bastante com o máximo de 120 quilos por hectare e mínimo de 19 kg/ha. “Há condições, se o agricultor caprichar, tiver zelo na colheita e manutenção máquina, de reduzir ao máximo suas perdas na colheita, assim como no transporte”, ressalta. O agrônomo destaca que em comparação há duas safras passadas, as perdas já foram reduzidas.

Um grupo de estudantes do curso de Administração da Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, realizou um trabalho de pesquisa diagnosticando os índices e motivos de perdas relacionadas ao transporte e a logística de grãos no país. Segundo o professor Altamir Antônio Bernardes, orientador do projeto desenvolvido pelos alunos, pode-se verificar o percentual estimado de perdas que ocorrem em cada fase do processo logístico, onde, a colheita representa 1% do total, devido à operação inadequada ou defasagem da colheitadeira, que acaba descartando os grãos junto com o bagaço. No transporte outros 2%, devido a fatores como carrocerias e estradas com buracos que provocam o vazamento da carga. O maior montante é perdido na armazenagem que é responsável por 5% do total produzido, esta existe em função da inadequação ou insuficiência da infraestrutura que coloca o grão em condições inadequadas causando seu apodrecimento. Por fim, a pesquisa apontou ainda, o extravio de 2% dos grãos nos pátios das alfandegas e portos, no momento do embarque em navios, em função de operações de transbordo.


Na safra de 2009/2010 uma perda estimada total de 14.134.600,00 milhões de toneladas, sendo 1.413.460,00t na colheita, o transporte e exportação com 2.826.920,00t cada e mais de 7.067.300,00 t na armazenagem.

Já na safra de 2010/2011 a perda estimada chegou a um total de 16283700,00 milhões de toneladas, sendo 1628370,00 t na colheita, o transporte e exportação com 3.256.740,00 t cada e mais de 8.141.850,00 t na armazenagem.

No acumulado de 2007 a 2012 as perdas ganham outra proporção chegando 74.843.050,00 milhões de toneladas de grãos, sendo 7.484.305,00 t na colheita, o transporte e exportação com 14.968.610,00 t cada e mais de 37.421.525,00 t na armazenagem. Isso indica o qual representativo são os prejuízos decorrentes desta problemática e o impacto do chamado custo Brasil no escoamento da safra.

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