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Dia de campo vira show de tecnologia na Coopavel 2003


A cidade de Cascavel, no Paraná, respirou tecnologia de 17 a 21 de fevereiro. Mais de 120 mil visitantes e 226 empresas participantes garantiram ao Show Rural Coopavel, em sua 15ª edição, a condição de um dos maiores eventos do país em termos de diversificação agropecuária, em lançamento de novos produtos para o campo e em quantidade de tecnologia. Durante os cinco dias, foram apresentados 5 mil experimentos relacionados ao setor agropecuário.

A exposição começou tímida. Em 1988, era apenas um dia de campo direcionado aos associados da Cooperativa Agrícola de Cascavel (Coopavel). Mais tarde, se abriu para os agricultores do oeste paranaense e só cresceu desde então. A partir de 1994, alçou vôos mais altos, tornando-se regional. Em 1995, já era considerada um evento nacional e, em 1997, passou a ser reconhecida internacionalmente. Na exposição deste ano, centenas de novidades oriundas de pesquisas realizadas em 2002 foram apresentadas por pesquisadores e profissionais da Coopavel. Em sua maioria, novidades desconhecidas pelos produtores do país e Exterior que visitaram o evento.

Segundo Jorge Luiz Knebell, gerente do Centro Tecnológico Coopavel, o objetivo da mostra é oferecer aos produtores rurais que a visitam as melhores respostas para todas as dúvidas que têm em relação ao seu trabalho na propriedade. E os resultados são positivos. No campo experimental, a produtividade da soja na região era de 5,1 mil quilos por hectare em 1989. Na mostra do mês passado, a média de rendimento da oleaginosa já tinha alcançado 7,8 mil quilos por hectare. "O Show Rural é um grande centro de orientação, treinamento e informação", diz Knebell.

Um exemplo foi o trabalho exibido por empresas de pesquisa e extensão rural no evento. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, mostrou como a soja se transformou e adquiriu o alto valor comercial de hoje. Além do lançamento de quatro novas variedades de soja, a empresa mostrou em sua estação experimental a história da oleaginosa. Segundo o gerente da área de negócios da Embrapa Soja, Luiz Carlos Miranda, a primeira aptidão comercial surgiu em 1930 e chamava-se laredo, com um rendimento de 800 a 1,1 mil quilos por hectare. Era importada. A variedade ficou no mercado até 1950, quando surgiram as primeiras variedades no Brasil. Apesar dos defeitos com acamamento e suscetibilidade a doenças, tinham uma produtividade média de 1,5 mil quilos por hectare.

Em 1970, surgiram novas variedades desenvolvidas pelos pesquisadores brasileiros e as primeiras linhagens americanas também produzidas no Brasil. A média de produtividade obtida por hectare foi de 2 mil quilos. O grande salto ocorreu em 1980, quando a produtividade passou para 2,5 mil quilos por hectare. E, a partir dos anos 90, o potencial das variedades atingiu uma média de 3 mil quilos. Isso deve-se ao lançamento das variedades com alto potencial produtivo, mais resistentes. Na mostra, foram lançadas quatro variedades: a BRS 230 (precoce), a BRS 231 (resistente a nematóide), a BRS 232 (semi precoce) e a BRS 233 (de ciclo médio).

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