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Dia do Extensionista Rural: data é celebrada em Soledade

Durante o Café foi realizada a apresentação dos resultados da safra de inverno e a projeção da safra de verão


Foto: Divulgação

Instituição oficial de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) no Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar celebrou nesta segunda-feira (06/12) em todo o Estado o Dia Nacional do Extensionista Rural. Em Soledade, a data foi comemorada com um Café da Tarde para a Imprensa e autoridades. Durante o Café, na sede do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, foi realizada a apresentação dos resultados da safra de inverno e a projeção da safra de verão na região administrativa e no município de Soledade.

Os participantes foram recebidos pelos gerentes regionais Lúcia Souza e Carlos Corrêa da Rosa. Lúcia destacou o trabalho realizado pelos 119 empregados que, no período de janeiro a novembro de 2021, atenderam na região 16.883 famílias. Os focos prioritários do trabalho de Aters na região estão Agroindústria Familiar, Bovinocultura de Leite, Segurança e Soberania Alimentar, Secagem e Armazenagem de grãos e Solos. A gerente também destacou o contrato com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), com os municípios, o Governo Federal e a importância das parcerias para o desenvolvimento do trabalho da Emater/RS-Ascar. "É um privilégio celebrar essa data com nossos parceiros. Agradecemos o prestigio que nos dedicam hoje, que possamos continuar com a parceria de vocês que é muito importante e fortalece ainda mais o nosso trabalho", frisou Lúcia.

Em seguida, o extensionista rural Agropecuário Josemar Parise apresentou os dados da safra de inverno 2021 nos 39 municípios que integram a região administrativa de Soledade. Foram cultivados na região 78.550 hectares (ha) de trigo, sendo 54.900 ha no Alto da Serra do Botucaraí, com produtividade média de 3.200kg/ha e resultando em uma produção de 2.928.000 sacas do cereal. De aveia branca foram cultivados 26.200 hectares, sendo 25.000 somente no Alto da Serra do Botucaraí, com produtividade média de 3.000kg/ha e resultando em uma produção de 1.250.000 sacas. A cevada foi cultivada em 1.470 hectares, sendo todos eles no Alto da Serra do Botucaraí, com produtividade média de 2.820kg/ha e resultando em uma produção de 69.090 sacas. Já a canola foi cultivada em 441 hectares, sendo 440 ha no Alto da Serra do Botucaraí, com produtividade média de 1.200 kg/ha e resultando em uma produção de 8.800 sacas.

Para a safra de verão são projetados o cultivo de 446.480 hectares de soja na região, sendo 197.500 ha no Alto da Serra do Botucaraí. A produtividade média esperada é de 3,3 toneladas por hectare. "Essa é uma projeção para uma safra normal. Contudo, já estamos vivendo um período de estiagem muito grande e as culturas estão sendo afetadas, o que resultará em perdas para os agricultores", observa Parise. Assim como a soja, o milho também deve ter perdas ainda mais significativas. A projeção é de que sejam cultivados 79.462 hectares de milho grão e 23.340 ha de milho silagem, com produtividade média inicialmente esperada é de 5,5 toneladas e 35 toneladas, respectivamente. Já o feijão, primeira e segunda safra, devem ser cultivados 5.380 hectares com grão e uma produtividade média esperada de 1,5 toneladas por hectare. "Com relação às culturas de verão na região, estamos em um cenário complicado devido à estiagem. Desde 2019 estamos sofrendo com o La Niña. Nos anos anteriores fomos surpreendidos com algumas frentes que trouxeram chuvas e colaboraram com a safra. Esperamos que neste ano também sejamos surpreendidos", ponderou.

Em seguida, a equipe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Soledade realizou a apresentação das pricipais áreas de atuação no município. Em Soledade, são atendidas pela Instituição 600 famílias em um trabalho planejado e continuado. Para 2022 são 36 atividades planejadas, sendo atividades prioritárias as áreas de segurança e soberania alimentar, agroindústria familiar, bovinocultura de leite, solos e acesso às políticas públicas, direitos sociais e socioassistenciais. "Na área da segurança alimentar, por exemplo, atendemos 100 famílias do Plano Socioassistencial com foco na produção de alimentos para subsistência e posterior comercialização do excedente", destacou Juliane Pires da Conceição, extensionista rural social e chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Soledade. Para o próximo ano foram inclusas as atividades de floricultura, citricultura (laranja), pecanicultura e defesa sanitária vegetal, frisou Juliane.

Em 2021 a Emater/RS-Ascar realizou a elaboração de 68 projetos de crédito, tanto de custeio quanto de investimento, somando R$3,6 milhões financiados. Na área da bovinocultura de leite são atendidas pela Emater/RS-Ascar 120 famílias soledadenses. A produção leiteira no município soma cerca de 10 milhões de litros ao ano. "A Bovinocultura de Leite é estratégica para a pequena propriedade, porque em caso de estiagem a pastagem se recupera mais rápido, enquanto os grãos somente na próxima safra. É importante a diversificação das atividades produtivas", frisou o extensionista rural agropecuário, Ederson Garcia dos Santos.

A assessoria e apoio na legalização das oito agroidústrias familiares existentes no município, sendo estas três de embutidos, duas de produtos lácteos, duas de panificados, uma de massas e, em fase de implantação, uma agroindústria de mandioca. A fruticultura também é destaque no município, em especial os cultivos de laranja, marango e melancia. "Soledade é conhecida pela produção de grãos, mas pode ser conhecida por qualquer atividade produtiva, pois tem clima, tem solo e tem pessoas dispostas a trabalhar", destacou o extensionista.

Na área dos grãos atuações no Manejo Integrado de Pragas, doenças e plantas daninhas (MIP) leva estratégias para o agricultor reduzir custos de produção e aumentar a produtividade, além de reduzir o uso de defensivos químicos, preservando o meio ambiente. O monitoramento da ferrugem asiática nas lavouras de soja também é realizado pelos extensionistas rurais. Outro destaque da ação são as orientações com o manejo de conservação e recuparação do solo com orientações sobre o uso da cobertura permanente do solo, a rotação de culturas e o uso eficiente dos insumos.

Outra cultura importante para o município é o milho. O grão é a cultura de maior relevância nas pequenas propriedades rurais, fundamental para a subsistência e transformação do grão em diversos outros alimentos. "O milho pode virar muita proteína na propriedade rural. Quando utilizado para a alimentação dos animais ele se transforma em ovos, na carne de frango, porco, no leite. É uma cultura importante tanto para a subsistência da família quanto para a comercialização do grão", frisou o extensionista rural agropecuário, Roger Terra de Moraes.

A importância da Emater/RS-Ascar

Durante o evento, as lideranças presentes puderam acompanhar o depoimento de agricultores e artesãos de Soledade que destacam o trabalho realizado pela Instituição. A agricultora e empreendedora Ritiele Rodrigues Hoffmann frisou o apoio da Emater/RS-Ascar para permanecer na propriedade rural. "Procuramos a Emater quando decidi ficar na propriedade para fazer o estudo para começarmos com a primeira estufa de morangos. Depois aumentamos a área de estufa. A Emater também nos auxiliou na implantação da agroindústria, proporcionou cursos nos centros de formação sobre o cultivo do morango e boas práticas de fabricação, o Turismo Rural e, mais recetemente, na criação de uma estufa de flores para a ornamentação da propriedade e a venda na cidade, na feira da praça central", destacou.

"Eu procurei a Emater para construir uma estufa para a produção de suculentas. Fui muito bem atendida e estamos construido a estufa. A Emater nos convidou para participar da Feira na Praça que é uma grande oportunidade para nós artesãos, para mostrarmos nosso trabalho. Agradecemos muito o apoio da Emater e da Prefeitura, que estão abrindo caminho para muitas mulheres, para várias possibilidades e que isso se torne uma coisa muito bonita do nosso município", frisou a artesã Andréa Carniel.

O agricultor Genésio Gasparin relatou a atuação da Emater/RS-Ascar desde o início do cultivo das hortaliças. "Quando meu pai pensou em começar com as atividades ele foi na Emater, que nos auxiliou desde a elaboração de projetos, na asisstância técnica. Qualquer dificuldade que surgia nós lembravamos da Emater e eles atendiam e continuam atendendo. É um alicerce, é o que nós agricultores precisamos. Com esse auxílio da Emater a atividade tem êxito, sucesso e lucratividade".

"A Emater sempre nos ajuda e incentiva, seja fazendo projeto de crédito, analisando as lavouras, fazendo o acompanhamento das lavouras e nos incentivando a nos manter no meio rural. Não é muito fácil, mas a Emater está sempre nos ajudando para tudo ir bem e nós irmos para frente", frisou o agricultor Gilmar Portella Bageston.

"Eu sempre tive apoio e assistência da Emater. O conhecimento que a gente precisa buscamos com eles, os encaminhamentos para a agroindústrias, cursos, participação em feiras, sempre temos o apoio e o suporte da Emater, que muitas vezes passam dos horários e até mesmo nos fins de semana, como nas atividades do Turismo Rural. A Emater para nós do meio rural é tudo de bom, tudo o que a gente precisa para termos o conhecimento, apoio e atendimento. Somos muito gratos a essa entidade que sempre nos apoia e digo a todos que sempre que precisarem busquem conhecimento na Emater, que é uma forma da gente se manter no campo com a melhor qualidade de trabalho e de tudo que a gente fizer que tem o apoio da Emater", frisou a agricultora Janice Schultz.

Histórico Dia Nacional do Extensionista Rural

A primeira Emater do Brasil foi criada em 1948, em Minas Gerais. A segunda instituição de Extensão Rural foi criada no Rio Grande do Sul, em 2 de junho de 1955, a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar), que 22 anos depois, em março de 1977, passou a atuar juntamente com a Emater (Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural), igualmente uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, se tornando, a Emater/RS-Ascar, a Instituição oficial de Extensão Rural do RS, sendo referência no Brasil na prestação de serviços de Aters. Atualmente, a Emater/RS-Ascar está presente em todos os 497 municípios gaúchos.

"O trabalho da extensão rural é recompensador. É um trabalho continuado que tem começo, meio e fim. Trabalhamos, inclusive, promovendo na família a reflexão se vale a pena investir em uma atividade. É ouvir as pessoas e fazer parte da vida delas", refletiu dos Santos.

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