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Diminuição de abate de bovinos ainda não atinge os pecuaristas

É o reflexo de três anos de abate de fêmeas para controlar o preço da arroba do boi


A crise dos frigoríficos ainda não atingiu a pecuária, apesar da decisão de reduzir os abates em 20% desde sexta-feira (27-07). Conforme o diretor-financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Eduardo Alves Ferreira Neto, o que está se verificando, independentemente dos efeitos da greve, é uma redução na oferta de animais. É o reflexo de três anos de abate de fêmeas para controlar o preço da arroba do boi.

Neto explica que a redução começa a acontecer agora porque, além da entressafra, os produtores estão com dificuldade em fazer uma reposição compensatória. Quando o pecuarista vende um boi para o frigorífico, precisa repor este animal com dois ou três bezerros. Como o abate de fêmeas aumentou em 100% nos últimos três anos, há menos bezerros no mercado.

O resultado disso é que o pecuarista acaba sendo obrigado a deixar de vender o boi por não ter como fazer uma reposição adequada. De acordo com o diretor-financeiro da Famato, ainda não há como quantificar em quanto caiu a oferta de animais. Ele só observa que este é o reflexo de três anos seguidos de abate de fêmeas.

Os produtores de todo o país começaram a fazer o abate de fêmeas porque havia muita oferta de gado no mercado e o preço da arroba não subia, deixando a atividade com pouca, ou quase sem renda. Com o abate das fêmeas se reduz a oferta de animais, forçando o preço da arroba para cima. Mas, uma outra consequência, que surge agora, é a dificuldade dos pecuaristas em fazer a reposição. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) mostra que em 2003 foram abatidas 1,2 milhão de fêmeas no Estado. Em 2006 foram 2,4 milhões. As informações são da assessoria de imprensa da Famato.

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