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Discursos sobre transgênicos são contraditórios em Mato Grosso


Polêmica. Muita polêmica divide a cadeia produtiva da soja em Mato Grosso. Parte defende os transgênicos. Parte é contrária. Nesse fogo cruzado, até mesmo instituições se perdem. "Não podemos nadar na contramão da história. Até mesmo a insulina que tomo é transgênica", se posiciona o secretário da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Edson de Andrade, que usa o medicamento no combate ao diabetes.

Edson de Andrade nega a existência de soja transgênica em Mato Grosso. "Teve um campo experimental em Campo Verde, há dois anos, mas ele foi desativado", sustenta. Na base sindical da Famato, três dirigentes de sindicatos rurais deixam Edson de saia curta e confirmam a existência de lavouras (de soja) transgênica. Nenhum deles admite que seus nomes sejam revelados. Já os sindicatos rurais de Primavera do Leste, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Querência, Campo Novo do Parecis e Sinop fazem côro com Edson e afirmam desconhecer tais cultivos.

Em Primavera do Leste, Itamar Tormen, da Agrivera, além de se defender acusa a Aprosmat. Disse que, "Eles (Aprosmat) deveriam primeiro cuidar de seu problemas internos", fazendo alusão à possível semente de má qualidade que a associação teria vendido a produtores.

Dario Hiromoto não se encontrava ontem, na Fundação Mato Grosso para falar novamente sobre transgênico. Participava desde a véspera, de um Dia de Campo em Paranatinga.

Em Campo Verde, Guidone Romeu Dallastra disse que não acredita que soja transgênica contrabandeada da Argentina, a chamada soja Maradona, resistiria ao clima de Mato Grosso. Mas, ponderou: “Não podemos `desinventar` o que está aí. Dizer que não existem plantações de soja transgênica em Mato Grosso é ser inocente. Mas as que existem acredito que foram na verdade “pirateadas” de algum ponto do País. Hoje, 70% da produção do Rio Grande do Sul é transgênica, o que representa 10% da produção nacional”.

Além de negar a existência de soja transgênica no município, o Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde se defendeu lembrando que o promotor de Justiça daquela comarca, Marcos Branp Costa, reuniu-se com produtores e compradores de soja no final de fevereiro, para alertá-los sobre o risco de se cultiva ou comercializar grãos alterados geneticamente.

Representantes das trades fugiram do assunto se recusando a atender telefonemas da reportagem. Somente o vice-presidente executivo do grupo Maggi, Pedro Jacyir Bongioli, abordou a questão: “Não conheço nenhum produtor que plante sementes modificadas”, garantiu.

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