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Disparada dos preços agrícolas modifica cenário

O motivo é a perspectiva de uma maior utilização do milho na produção de combustível


A disparada dos preços agrícolas a partir de agosto mudou o cenário do mercado e passou a refletir uma escassez potencial de oferta de grãos, em função da perspectiva de uma maior utilização do milho na produção de combustível. O analista Fábio Silveira, da RC Consultores, acredita que a alta dos preços não tem volta a curto ou médio prazo. Isso ocorre porque outros fatores influenciaram o mercado, como a significativa quebra da safra de trigo e os danos causados pelos furacões nos pomares da Flórida (EUA), com redução da oferta de laranja para suco.

O aquecimento da economia mundial também contribui para esse quadro favorável para a recuperação dos preços agrícolas, com impacto nas taxas de inflação no Brasil. A demanda por café levou à expressiva alta dos preços do produto, que agora se agrava com a perspectiva de colheita ainda menor no Brasil. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a estiagem afetou os cafezais prejudicando o desenvolvimento das plantas, o que deve provocar uma quebra de 3,9% na produção brasileira em relação à safra 2005/06, quando a produção estava sujeita ao efeito negativo da bianualidade. Com isso, segundo a estatal, a produção ficará entre 31,7 e 32,3 milhões de sacas, entre 23,9% e 26,9% menor que a colheita anterior.

Para Silveira, o impacto dos preços dos produtos agrícolas só não será maior porque deverão ser compensados pelos baixos reajustes dos preços administrados. Como os índices de correção de preços são baixos, as tarifas dos serviços públicos não deverão sofrer reajustes expressivos.

Ao contrário do que ocorreu no segundo semestre de 2006, quando o mercado foi sacudido por sucessivas altas de preços, neste mês os preços permanecem estáveis com pequenas oscilações. Nas três primeiras semanas de janeiro, o Índice RC de Preços Agrícolas subiu apenas 0,3% em relação a dezembro último. Mas, em relação a janeiro de 2006, o Índice RC mostra que os preços médios dos produtos agrícolas estão 18,5% mais elevados.

Na semana de 22 a 26 de janeiro, a variação dos preços agrícolas foi ainda mais modesta, com alta de 0,1% em relação ao período anterior.

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