Disputa com China volta a pesar em Chicago
Operadores continuarão céticos até que importadores chineses voltem a comprar em volume
Foto: Nadia Borges
O preço da soja na Bolsa de Cereais de Chicago (CBOT) registrou na terça-feira (23.06) baixa de 1,25 ponto no contrato de Julho/20, fechando em US$ 8,75 por bushel. Os demais vencimentos em destaque da commodity na CBOT fecharam a sessão com desvalorizações entre 3,00 e 5,25 pontos.
“Os importadores de soja na China buscam garantias dos exportadores de que a mercadoria não está contaminada com coronavírus. O outro aspecto que dominou a roda foi a perspectiva climática na América do Norte, que acompanha no início da campanha, propondo um bom cenário produtivo”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, o mercado em Chicago sacudiu a poeira da apatia com pronunciamentos de integrantes da administração dos Estados Unidos: “Ainda na noite de ontem, Peter Navarro, conselheiro comercial da Casa Branca, afirmou que as negociações com a China estariam ‘encerradas’. Entretanto, algumas horas em seguida, o Presidente Trump tentou ratificar a sentença equivocada de Navarro. Na incerteza de quem estaria no lado da verdade, o mercado agrícola na CBOT já abriu a sessão com forte pessimismo pesando sobre os preços da soja e milho”.
“Operadores continuarão céticos ao relacionamento entre Estados Unidos e China até com que importadores chineses voltem a comprar volumes substanciais do grão norte-americano, demonstrando que continuam em boas relações comerciais. A ARC volta a ressaltar que enquanto Trump for presidente dos EUA, será impossível uma reconciliação total com os chineses, o que implicaria na permanência da demanda asiática por soja fortemente concentrada no Brasil”, concluem os analistas da ARC Mercosul.
