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Distribuição de mudas incentiva a silvicultura no Norte de Minas

Do total de mudas, 2.050 serão destinadas à implantação da técnica ILPF


Produtores de sete municípios do Norte de Minas receberam 42.050 mudas de eucalipto nessa segunda-feira (5), como estímulo à silvicultura. A iniciativa é da Emater–MG, prefeituras, Associação Mineira de Silvicultura e empresa Plantar. A ação visa o desenvolvimento do sistema Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) e o reflorestamento de áreas em Ibiracatu, Itacarambi, Chapada Gaúcha, Manga, Miravânia, Lontra e Japonvar.


Do total de mudas, 2.050 serão destinadas à implantação da técnica ILPF e o restante, ao plantio de florestas. Serão criadas sete unidades demonstrativas do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta e 40 de florestas plantadas.

Esta é a segunda vez que a ação é desenvolvida na região. Em 2009, foram distribuídas 10 mil mudas para 14 produtores de três municípios. Entre os benefícios para os produtores estão a geração de renda com a venda de madeira e, no caso da ILPF, a diminuição de custos com a pecuária leiteira. A Emater–MG presta toda a assistência aos produtores.

Integração Lavoura, Pecuária e Floresta

Desde 2009, o governo de Minas Gerais desenvolve o Programa Estadual de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Ele é coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa–MG) e executado pela Emater–MG, em parceria com a Epamig, Embrapa, universidades, empresas privadas e produtores rurais.

Em uma mesma área são plantados eucalipto, milho e braquiária. Após dois anos, quando o tronco do eucalipto atinge a espessura adequada, o local pode ser liberado para o pastejo do gado. “Nos dois primeiros anos não é recomendada a entrada de animais na área, pois eles podem danificar as plantas”, explica o coordenador técnico regional da Emater–MG, Iure Giuliano Braga Souza.

No sistema ILPF, a pastagem torna-se mais agradável para o gado, devido ao sombreamento em grande parte da área. Isso ajuda os animais a manterem o pastejo por mais tempo e de maneira mais uniforme. Outro fator importante é que a forragem no sistema ILPF resseca menos nos períodos de estiagem, tornando o capim mais palatável.

Já a produção de madeira ajuda na preservação da mata nativa e na geração de renda. O eucalipto pode ser vendido para a indústria moveleira e para siderúrgicas.

Ao possibilitar o desenvolvimento de três atividades numa mesma área, o sistema ILPF ajuda a reduzir custos. Segundo Iuri, a tecnologia diminui os gastos em até 20%, comparando com a implantação separada das atividades.

Lívio Marques de Deus é produtor rural no município de Januária, Norte de Minas. Sua produção é diversificada: apicultura, gado de corte e leite, feijão, milho e hortaliças. Há dois anos, Lívio trabalha com o sistema ILPF e segundo ele, a técnica tem trazido benefícios, como a melhoria da pastagem e mais conforto para o gado. “O gado começou a se alimentar melhor e o capim fica protegido e vistoso”, diz.


Lívio também está otimista com a produção de madeira, pois o eucalipto pode ser utilizado na própria propriedade ou comercializado. No primeiro caso, ele reduz gastos e, no segundo, ganha uma renda extra. “No máximo em três anos, eu pretendo vender madeira de eucalipto e ter uma renda extra”, afirma.

Fomento de florestas plantadas

O estímulo ao plantio de florestas é uma ação voltada para a preservação ambiental e a geração de renda. De acordo com Iure Souza, a produção de madeira de eucalipto evita o desmatamento da mata nativa e, em longo prazo, torna-se uma alternativa de renda para o produtor. As árvores de eucalipto podem ser comercializadas a partir do quinto ano para a produção de carvão ou do 13º, se forem destinadas ao mercado moveleiro.

Para o coordenador técnico regional da Emater-MG, a demanda por madeira é uma boa oportunidade para os pequenos produtores. “A procura por madeira é cada vez maior para usos múltiplos (construção civil, celulose, carvão, lenha, movelaria, etc.) e este sistema está chegando em boa hora para suprir esta demanda”, explica.

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