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Diversificação melhora a renda de pequenos produtores no PR

A produção de frutas e de flores tem maior rentabilidade que culturas tradicionais


O associativismo e a diversificação agrícola estão ampliando mercados e a renda de pequenos produtores rurais no Paraná. A produção de frutas e de flores, por exemplo, tem rentabilidades bem maiores que as culturas tradicionais, como soja e milho. Em Corumbataí do Sul (centro-oeste do Paraná), a produção de maracujá em 72 hectares gerou R$ 814 mil para os pequenos agricultores no ano passado. “Isso dá uma rentabilidade bruta de R$ 11,3 mil por hectare. No caso da soja, a rentabilidade por hectare no mesmo município foi de R$ 917,34”, compara Gilka Cardoso Andretta, técnica do Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual da Agricultura. “A rentabilidade do maracujá foi 12 maior que a da soja”, completa.

A diversificação em Corumbataí começou depois que uma tempestade com granizo em 1999 e uma geada em 2000 abriu uma crise na região, que era forte na produção de café, conta Carlos Alves da Silva, secretário da Associação de Produtores de Corumbataí do Sul (Aprocor). “A diversificação contribui para melhorar a renda na propriedade. Enquanto uma cultura não está produzindo, a outra está. Assim sempre está entrando dinheiro”, afirma Silva. A Aprocor tem hoje 231 associados, que diversificaram suas propriedades com o cultivo também de abacate, morango, caqui e uva. “Para 2007, queremos dar uma força na laranja”, adianta Silva.

Outro exemplo de diversificação bem sucedida está acontecendo em Andirá (Norte Pioneiro). “Tem produtor trocando o cultivo de soja por banana. Em 2005 a renda de 1.590 hectares foi de R$ 5,523 milhões. Para ter essa mesma renda, seriam necessários 6.023 hectares de soja ou 8,6 mil hectares de trigo”, afirma Gilka.

“A base produtiva do Estado tem aumentado. A produção do Paraná é bastante diversificada e as propriedades estão se diversificando também”, observa Gilka. Um indicativo desse processo é o número de itens considerados no cálculo do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Em 1991, quando começou o cálculo, o VBP tinha 98 itens. No de 2005 foram considerados 509 itens.

“O Paraná não tem novas fronteiras agrícolas para explorar. Isso exige que cada produtor aproveite melhor sua área”, afirma Gilka Andretta. “É comprovado que soja e milho são viáveis para a agricultura empresarial, que exige grandes extensões de terra. O Paraná não vai perder esse filão, mas o produtor, especialmente o pequeno, tem que procurar nichos de mercado”, acrescenta.

A diversificação deve ser planejada, considerando o tipo de solo, clima, topografia e condições de escoamento da produção, entre outros fatores. “O importante é reduzir custos e agregar valores”, ensina Gilka. Associar-se com produtores vizinhos para repartir custos e ganhar escala de produção também ajuda. “Sozinho, o pequeno produtor não vai pra frente. Tem que ter organização”, diz Gilka.

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