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Do bagaço da fruta, nasce uma fábrica de R$ 3,5 milhões

O produto tem os micro e os macro nutrientes de que as plantas precisam e é indicado para a recuperação do solo


Resíduos de frigoríficos e de granjas, bagaço de frutas, casca de madeira, resíduos de poda de árvores são alguns dos itens que estão na lista de matérias-primas para a produção de adubo orgânico, ou fertilizante orgânico composto. O produto tem os micro e os macro nutrientes de que as plantas precisam e é indicado para a recuperação do solo.

A primeira fábrica de adubo orgânico do Estado, a Organoeste, localizada em Barra do Riacho, Aracruz será inaugurada hoje à tarde. Com capacidade para a produção mensal de 3 mil toneladas de adubo, a indústria demandou investimento de R$ 3,5 milhões e gerou 12 empregos diretos.

No próximo ano, quando o processo de produção for modificado e a indústria, em vez do composto orgânico farelado, passar a produzir o composto granulado, o número de funcionários passará para 30, informa o diretor da empresa, Dirceu Gripa. Hoje o produto é comercializado por tonelada, que custa R$ 110,00. A partir do próximo mês, o produto será comercializado também ensacado, com sacas de 25 quilos.

Os resíduos utilizados pela indústria para a produção do composto são aqueles recolhidos dos frigoríficos (sangue e rúmen, o capim ruminado que está nas vísceras), bagaço de frutas processadas e frutas não aproveitadas pela indústria, cascas de eucalipto e resíduos de soja. Outros, como palha de café e resíduos da poda de árvores, poderão ser utilizados no futuro.

Meio ambiente
Gripa destaca a importância da fábrica para o meio ambiente. Os resíduos utilizados para a produção do composto orgânico, lembra, são os mesmos que seriam depositados em lixões e, na maioria dos casos, de forma inadequada. A matéria orgânica, quando exposta de maneira inadequada, sem os devidos cuidados, pode se tornar um grande fonte de contaminação, destaca.

Na fábrica, para a produção do adubo, pode ser utilizado todo o resíduo orgânico (do reino animal ou vegetal) não contaminado, explica Gripa. A grande e principal diferença é o processo de decomposição da matéria orgânica, que é feito em quatro etapas: umidificação, solubilização, nutrificação e esterilização.

Depois de 20 dias, o composto orgânico está pronto para utilização e vai para a lavoura sem qualquer tipo de contaminação. O adubo, explica Gripa, sai da fábrica com 20% a 25% de umidade, teor bem mais baixo que os vários adubos existentes no mercado, que chegam a ter umidade de 50%. Para o produtor é vantagem, porque o produto é vendido por peso.

"Nossa intenção não é concorrer com os adubos químicos, mas oferecer alternativas para que os produtores consorciem o orgânico com o químico", explica o diretor da Organoeste. No processo de produção, é utilizado o bioextrato, que acelera a degradação dos resíduos. O processo não gera passivo ambiental em sua atividade, ou seja, não produz danos à natureza.

Resíduos orgânicos que podem ser utilizados na produção de adubo

Graxarias ou farinheiras
Tortas de filtro
Bagaços
Farinha de osso, carne ou sangue
Cinza de caldeira

Usinas
Tortas de filtro
Bagaço de cana
Cinza de caldeira
Vinhoto

Serraria ou fábrica de mÓveis
Pó de serra

Indústria de alimentos
Torta de filtro
Limpeza de fábrica
Lodo de efluentes
Cinza de caldeira

Ceasas
Resíduos de hortifrutigranjeiros

Laticínios
Lodo de efluentes
Resíduos de limpezas
Cinza de caldeiras

Curtume
Raspa de couro
Resíduos de calheiro (lama de cal)
Carnaça
Cinza de caldeira

Cervejarias
Torta de filtro
Lodo de efluentes
Cinza de caldeira

Resíduos urbanos
Podas de árvores
Lodo de estação de tratamento de esgoto
Resíduos orgânicos domésticos (se separados na origem)

Indústria de celulose
Cinza de caldeira
Lama de cal
Lodo biológico
Lodo primário
Biomassa vegetal
Dregs e grits

Outros resíduos
Casca de todos os cereais (milho, entre outros)
Cama de frango
Esterco de confinamento
Fosfato natural
Pedra diabásica
Borra do rerefino de óleo lubrificante
Bagaço de laranja
Fuligem
Calcário
Carvão
Limpeza de silos

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