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Do compromisso para a ação

Líder global avalia conjunto de iniciativas adotadas pela Monsanto dois anos após anúncio do compromisso de sustentabilidade


Líder global avalia conjunto de iniciativas adotadas pela Monsanto dois anos após anúncio do compromisso de sustentabilidade

A Monsanto Company anunciou, em junho de 2008, um conjunto de metas visando conciliar a demanda global para produção de alimentos, fibras e energia com o uso eficiente dos recursos naturais. O plano da Monsanto de desenvolvimento sustentável está apoiado em três pilares: Produzir Mais, dobrando o rendimento de sementes de milho, soja e algodão até 2030 (baseado nos dados de 2000); Preservar Mais, desenvolvendo, também até 2030, sementes que reduzam em 1/3 a quantidade de recursos (água, energia e insumos) para o cultivo das plantas por unidade produzida; e Melhorar Vidas, compartilhando expertise com produtores, e ampliando o seu acesso a modernas tecnologias agrícolas, especialmente em países pobres e em desenvolvimento.

Há 12 anos na Monsanto, o especialista em economia agrícola, Michael Doane, supervisiona o time de Sustentabilidade, responsável pela colocação na prática desse compromisso pelos mais de 11 mil funcionários da empresa espalhados em 61 países. Na entrevista a seguir, Doane comenta detalhes do trabalho que está ajudando a transformar a cultura da empresa e a realidade de milhões de agricultores que usam produtos oriundos da Biotecnologia e da linha de Proteção de Cultivos. “A agricultura altamente produtiva é a estratégia mais inteligente para a preservação dos recursos naturais”, afirma.

Quais serão os principais desafios globais da agricultura, ligados à sustentabilidade, a longo prazo?

A escala do nosso desafio é imensa. Cerca de 1/6 da população do mundo depende da agricultura para sua subsistência. A demanda de agricultura vai duplicar quando nossos filhos forem adultos. Todos os setores da sociedade precisam se comprometer com a preservação do meio ambiente e responder às necessidades da população global, que deve chegar a 9 bilhões de pessoas até 2050. Os tesouros ecológicos, com os maiores índices de biodiversidade do planeta, estão localizados, principalmente, no Brasil, nos Estados Unidos e no Leste europeu, mas são limitados, por isso temos que manter uma série de procedimentos com foco no equilíbrio da natureza. Precisamos duplicar a produção com a mesma quantidade de terras.

O uso racional da água tem um peso fundamental nesse processo de aumento de produtividade?

A água também é um foco de grande preocupação no mercado agrícola, talvez a maior que tenhamos que enfrentar nos próximos 30 anos. Dependemos da irrigação, mas as mudanças climáticas já têm provocado uma diminuição considerável no volume disponível em diversas partes do mundo. A Monsanto inaugurou, em 2009, o Water Utilization Learning Center (Centro de Aprendizagem do Uso da Água), em Gothenburg, no estado americano de Nebraska, com o objetivo de buscar formas de ajudar produtores rurais a gerenciar melhor o uso da água no campo.

Com essa unidade, pretendemos desenvolver soluções que melhorem a produtividade de agricultores das planícies da região Oeste dos EUA e, ao mesmo tempo, entender como é o uso de água durante a safra. É um investimento de US$ 6 milhões que inclui pesquisas sobre uso de água na agricultura, como sistemas de plantio, práticas agronômicas e estudo de traços genéticos – incluindo tecnologias de eficiência de uso de água, como sistemas resistentes à seca.

O departamento de sustentabilidade da Monsanto pode deter o avanço de alguma pesquisa caso identifique que ela seria prejudicial ao meio ambiente?

Estou orgulhoso da decisão que nosso time Executivo tomou em adotar a sustentabilidade como um pilar do negócio. Neste tempo que estou na empresa, não vi nenhum caso de um produto desenvolvido pela companhia ser benéfico apenas ao agricultor e não à natureza. Temos um forte nível de alinhamento entre as áreas de Desenvolvimento Tecnológico e Sustentabilidade de maneira que o foco de nossas atividades estejam integradas ao compromisso assumido pelo nosso CEO, Hugh Grant, em 2008 - dobrar a produtividade das lavouras de milho, soja e algodão até 2030, reduzindo em 1/3 a quantidade de recursos para o cultivo das plantas por unidade produzida. Conversamos, diariamente, com clientes, políticos, cientistas, organizações não-governamentais, acadêmicos e indústria para discutir como tornar a agricultura mais sustentável.

O desenvolvimento de sementes tolerantes ao estresse hídrico é um dos sinais dessa sinergia entre as áreas?

Sem dúvida. A agricultura altamente produtiva é a estratégia mais inteligente para a preservação dos recursos naturais. Além da tolerância à seca, questões graves em regiões como a África e o Nordeste do Brasil, o foco da Monsanto também é desenvolver plantas que usem nitrogênio de forma mais eficiente e plantas com produtividade intrínseca melhorada, o que significa a capacidade da planta em produzir mais em condições normais.

Técnicas tradicionais de manejo ainda serão úteis para atingir as metas de sustentabilidade almejadas pela Monsanto?

O plantio direto e o espaçamento das fileiras de cultivo já são ferramentas fortíssimas de sustentabilidade, mas os produtores rurais também precisam fazer a sua parte e se conscientizar do seu papel na liderança desse processo em suas propriedades. Poucos fazendeiros estão medindo a sua “pegada” de carbono, por exemplo, mas um dia eles vão precisar fazer isso para gerenciar melhor seus negócios.

O papel da iniciativa privada na consolidação do conceito de sustentabilidade nas mais diversas áreas de negócios é mais importante do que o da iniciativa pública?

Cada setor tem seu papel decisivo, mas temos que usar nossa posição de liderança em biotecnologia para servir de exemplo para a cadeia produtiva da qual fazemos parte. O papel do mercado privado é fundamental na discussão da sustentabilidade já que nossa capacidade de investimento é, em muitos casos, maior do que a de setores públicos. Por isso, temos que contribuir efetivamente no desenvolvimento e na consolidação de tecnologias que agreguem resultados que tragam benefícios expressivos para toda a sociedade.

A parceria entre empresas e ONGs tende a crescer?

Acredito que sim. Há uma forte sinergia de interesses científicos e de preservação entre a iniciativa privada e as organizações não-governamentais. O sucesso da nossa parceria com a Conservação Internacional (CI) no Brasil, por exemplo, é um dos mais fortes exemplos disso. Nos últimos dois anos, profissionais da CI têm contribuído na política de sustentabilidade adotada pela Monsanto no Brasil, por meio de palestras aos funcionários sobre práticas internas e temas globais. Da mesma maneira, os integrantes executivos da CI também têm feito forte imersão no universo do agronegócio e na inserção da biotecnologia no setor. O sucesso dos nossos objetivos de aumento de produtividade, preservação e melhoria da qualidade de vida dependerá, fundamentalmente, da união dos esforços.

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