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Documento produzido pela Seapa prevê crescimento na agropecuária

O uso cada vez mais frequente de tecnologias permitirá que MG amplie, significativamente, a produção agropecuária ao longo da década


O uso cada vez mais frequente de tecnologias permitirá que Minas Gerais amplie, significativamente, a produção agropecuária ao longo da década 2016/2026. O documento “Projeções do Agronegócio – Minas Gerais 2016 a 2026” mostra que as expectativas em relação à produção são positivas e o crescimento será pautado, principalmente, pelo ganho em produtividade e pela recuperação de áreas degradadas.

Levando em conta os dados da série histórica dos últimos 20 anos no Estado, a projeção para os dez anos é que os grãos apresentem acréscimos na produção de 30,18%, o que levará a 15,4 milhões de toneladas, em 2026. Na base pecuária, as carnes, leite e ovos também apresentarão bons resultados.

O documento “Projeções do Agronegócio – Minas Gerais 2016 a 2026” foi elaborado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA),  Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, o levantamento mostrou expectativas positivas para o setor que, além de contribuir para o abastecimento interno, irão garantir a maior participação do Estado no fornecimento de alimentos para o mundo.

“A projeção, de maneira geral, sinaliza que o Estado tem todas as condições para apresentar resultados positivos no agronegócio e continuar contribuindo para a geração de empregos e renda. Além disso, demonstra que não há tendência de expansão significativa de áreas, por isso, o crescimento da produção virá do aumento da produtividade. Isso mostra que o setor crescerá de forma sustentável, o que é muito positivo”.

Ainda segundo Albanez, o estudo é importante para que os governos tenham acesso às possibilidades de crescimento e criem políticas públicas que estimulem a atividade agropecuária, setor que, mesmo em períodos de crise econômica, é capaz de manter os resultados positivos.

“São informações importantes que o governo pode utilizar para a criação de políticas públicas, identificando as possibilidades de crescimento ou de declínio. O estudo permite que o governo trabalhe de forma planejada. É importante também para que o setor empresarial identifique o potencial que existe no agronegócio de Minas, as oportunidades de novos negócios e faça investimentos nos vários segmentos”.

O levantamento“Projeções do Agronegócio – Minas Gerais 2016 a 2026” indica que a produção de grãos em Minas Gerais deve crescer 30,18% até 2026, o que representa um avanço anual de 2,67%. A produção atual de 12,6 milhões de toneladas pode alcançar 15,37 milhões de toneladas em 2026. No mesmo período, haverá um avanço de 0,5% na área cultivada, que passará dos atuais 3,21 milhões de hectares para 3,47 milhões de hectares, um crescimento de 5% em 10 anos.

O estudo ressalta que o crescimento de área acontecerá em regiões antes ocupadas pelas pastagens e que hoje se encontram degradadas. Essa ocupação, certamente, ocorrerá com o emprego de técnicas de fertilização, material genético melhorado e da irrigação, associados à prática de plantio direto e à Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).
“Há uma necessidade, cada vez maior, na implantação de tecnologia, de variedades melhoradas, de implantação dos sistemas integrados de produção. Esses modelos poderão ocupar as áreas de pastagem, que estão em torno de 18 milhões de hectares e tem áreas degradas. Podemos incorporar as tecnologias, recuperar as áreas e ter maior produtividade”, explicou o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez.

Milho -Dentre os produtos, o destaque será o milho. A produção de milho atingirá 8,73 milhões de toneladas em 2026, elevação de 47,49% em 10 anos. A produtividade média estimada é de 6,7 toneladas por hectare, demonstrando um crescimento consistente da produção, que hoje é de 4,9 toneladas por hectare. A área cultivada deve passar dos atuais 1,2 milhão de hectares para 1,3 milhão de hectares, elevação de 0,74% ao ano e de 7,63% na década.

“Além de uma produção maior, existe a sinalização de aumento nas exportações, que passarão das atuais 547,9 mil toneladas para 882,7 mil toneladas, alta de 61,1%. O que é muito positivo”, disse Albanez.

Sorgo - O sorgo, que substitui parte do milho na alimentação animal e tem preços mais acessíveis que os do cereal, obteve significativo destaque nessas estimativas. A área tem uma previsão de crescimento de 57,5%, passando de 173 mil hectares em 2016 para 272 mil hectares em 2026, seguindo uma taxa de crescimento anual de 4,7%. Em relação à produção, a variação no período apresentado é de 138,1%, passando de 348 mil toneladas para 829 mil toneladas, o que demonstra aumento da produtividade nos próximos dez anos. O aumento do interesse dos produtores pelo sorgo será incentivado pela maior resistência à seca.

Soja - No caso da soja, projeta-se um crescimento de 5,3% na produção, que sairá das atuais 4,7 milhões de toneladas para 4,97 milhões de toneladas. O desafio será a produtividade, que tende à estagnação. A área de cultivo passará de 1,46 milhão de hectares para 1,81 milhão de hectares, variação positiva de 23,29%. As exportações do grão e dos produtos oriundos da oleaginosa tendem a crescer 36,4% no caso do óleo, 24,49% no farelo e 44,27% na soja grão.

Feijão - No segmento do feijão, é esperado incremento de 15,55% na produção, atingindo 601 mil toneladas. A área em produção tende a recuar 18,62% somando 272 mil hectares. O aumento do volume se deve ao ganho em produtividade, que será estimulado pelo maior uso da irrigação, de novas cultivares e pela adoção de tecnologias no manejo da cultura.

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