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Dólar abandona alta e passa a cair mais de 1% com melhora externa

Às 13:11, o dólar recuava 1,04%, a 5,5296 reais na venda


Foto: Pixabay

 O dólar abriu mão da alta de mais cedo e passou a mostrar firme baixa nesta quinta-feira, caindo cerca de 10 centavos de real desde que bateu a máxima acima de 5,62 reais, puxado por uma melhora de sinal nos mercados externos.

No fim da manhã, a moeda já havia zerado os ganhos anteriores, depois de o Tesouro Nacional anunciar volumes e disposição de vencimentos de títulos públicos para leilão nesta quinta-feira que agradaram a investidores.

Às 13:11, o dólar recuava 1,04%, a 5,5296 reais na venda. Na mínima, atingida há pouco, a cotação desceu a 5,5225 reais (-1,17%), depois de na máxima, alcançada por volta de 10h45, subir a 5,625 reais (+0,67%).

No exterior, o índice do dólar ante uma cesta de moedas virou e passou a cair, enquanto divisas emergentes experimentavam firme recuperação, com o peso mexicano em alta de 0,9% depois de cair 1,4% mais cedo.

O Tesouro reduziu a oferta de LFT (título com rentabilidade atrelada à Selic) para 100 mil papéis, ante 500 mil de operações recentes, e elevou a disponibilidade de NTN-F --ativo com tradicional demanda de estrangeiros-- de curto prazo.

No geral, o ajuste feito pelo Tesouro foi elogiado, depois de leilões recentes em que os volumes e disposição dos lotes causaram instabilidade no mercado de renda fixa, o que acabou contaminando o câmbio, tendo de pano de fundo temores sobre a sustentabilidade fiscal do país.

Alguns analistas afirmam que o nível baixo da Selic, de 2% ao ano, tem contribuído para a pressão no mercado de renda fixa, elevando temores sobre liquidez no sistema em meio a sinais de alta na inflação.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que, ao condicionar o compromisso de não elevar os juros à manutenção do atual regime fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou claro que não está disposto a correr riscos nesse campo.

O contrato mais líquido de dólar futuro caía 1,13%, a 5,5285 reais, após alcançar 5,6240 reais, maior patamar intradia desde 26 de agosto.

Na última sessão, o dólar à vista saltou 2,18%, a 5,5876 reais na venda. O movimento foi reflexo da aversão a risco generalizada nos mercados internacionais após uma aceleração na disseminação do coronavírus levar à adoção de novas medidas de restrição no Reino Unido, gerando temores de que mais economias importantes voltem a limitar sua atividade diante do avanço da pandemia.

A queda do dólar nesta sessão ocorria após quatro pregões seguidos de alta, período em que a cotação saltou 6,8%.

“O ponto-chave é que existe muita volatilidade derivada de um nível de incerteza grande”, disse à Reuters Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Haitong, citando um arrefecimento no movimento de compra de dólares nesta manhã depois da disparada registrada na véspera, mas destacando que “ainda há um sentimento de cautela tanto doméstica quanto internacional em meio a risco de uma segunda onda de Covid”.

“A rapidez na valorização reflete o risco exterior, e com o risco fiscal local tudo é exacerbado”, completou Serrano.

O principal temor dos investidores domésticos gira em torno do teto de gastos, já que há dúvidas sobre como o governo Jair Bolsonaro financiaria um programa de assistência social sem estressar as contas públicas.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na quarta-feira que a gestão irá manter o teto de gastos e o rigor fiscal e que não haverá propostas para aumentar carga tributária.

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