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Dólar ameaça exportação

Primeiro bimestre foi positivo para suínos e aves, mas há temor de perda de mercado


Primeiro bimestre foi positivo para suínos e aves, mas há temor de perda de mercado pelo câmbio

Margens apertadas de lucro e imposição de aumento de preços sobre os produtos aos importadores, por conta da escalada de valorização do real frente ao dólar, auxiliaram o Brasil a manter resultado positivo nas exportações de suínos e aves no primeiro bimestre do ano. Os volumes embarcados de aves cresceram 14,8%, e as receitas 33%, enquanto os de suínos tiveram recuo de 1,97% no volume, mas incremento de 11,1% na receita.


Entretanto, a sustentação da competitividade desses segmentos ao longo do ano ainda é incerta. Está em jogo, nesse caso, o recuo das vendas e o faturamento. Na semana passada, o câmbio voltou a assustar, registrando a maior queda do dólar desde 2008 - sendo cotado a R$ 1,61, frente a R$ 1,75 em março de 2010.

A valorização do real pôs em alerta os exportadores de carnes, que já começam a ver competidores tomando espaço. O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, diz que até agora as empresas contornaram a situação reduzindo lucratividade e deixando de fazer investimentos. "O problema é que chegamos ao limite. Estamos perdendo mercado para os EUA, que embarcaram peru para a União Europeia, o que nunca tinha acontecido." Para o mês de março, a Ubabef estima volume entre 320 e 330 toneladas frente as 331 mil t do mesmo período de 2010. A receita deve ser de mais de 600 milhões de dólares - contra 569 milhões de dólares no ano passado.


Os exportadores de carne suína também estão preocupados. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, diz que os empresários têm feito sacrifícios para manter compradores importantes. "Esse cenário nos força a negociar o valor da tonelada exportada, mas há outros vendedores que não têm a dificuldade interna de câmbio como os brasileiros, e acabam ganhando o espaço." Ele espera que se mantenha o crescimento histórico de exportações entre abril e junho.

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