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Dólar baixo agrava situação do setor sucroalcooleiro

Cerca de 60% das receitas do setor são indexadas ao dólar


A queda do dólar acentuou ainda mais o momento desfavorável por que passa o setor sucroalcooleiro. Isso porque a tonelada do açúcar em dólar mais barata, que já custa cerca de 45% menos que há um ano, é somada à queda de 30% nos preços do litro do álcool vendidos na usina e ainda não repassados integralmente para o consumidor.

De acordo com o conselheiro da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop) e diretor da Usina Campestre, Fernando Perri, o dólar é um componente importante para as usinas.

“Cerca de 60% das receitas do setor são indexadas ao dólar. Acredito que ninguém fez previsões orçamentárias considerando o dólar em R$ 1,90”, afirma. A cotação da moeda norte-americana na última sexta-feira foi de R$ 1,953. Ele explica que essa queda apenas se soma à desvalorização do açúcar no mercado internacional. “Há uns três anos, quando os preços do açúcar começaram a subir de maneira mais firme, todos os produtores mundiais que tinham algum espaço de produção ocioso, como Índia e Tailândia, além do próprio Brasil, aumentaram sua produção. Isso derrubou as cotações neste ano”, avalia.

Perri lembra que em maio de 2006, os preços do açúcar estavam em cerca de US$ 370 a tonelada. Atualmente, os preços da tonelada da commodity não passam de US$ 200. Segundo ele, a minimização desse cenário poderia ocorrer via aumento da produção de álcool em detrimento do açúcar. “Como o álcool está em um momento melhor, isso minimizaria as perdas dos produtores. No entanto, precisaríamos ampliar também o consumo, o que só é possível com a redução dos preços nas bombas para que o consumidor opte pelo álcool à gasolina”, afirma Perri.

As usinas já reduziram em mais de 30% o preço do litro do álcool vendido para as distribuidoras. Em maio de 2006 os preços estavam em cerca de R$ 1,06 por litro, contra R$ 0,70 a R$ 0,75 no mesmo mês deste ano.

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