Dólar e demanda sustentam o preço do milho

A valorização do Dólar ante o Real contribuiu para uma nova alta dos preços indicados por exportadores de milho, com os futuros do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT) subindo nesta quinta-feira (16.08). Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, a demanda de compradores internos também sustenta a valorização do cereal em algumas praças, mas os valores ainda não alcançam os patamares desejados por produtores, o que limita o ritmo das negociações. 

O valor à vista em reais do indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou hoje em R$ 41,59 a saca de 60 quilos (+0,48%). Em dólar, o preço ficou em US$ 10,66/saca. Na região de Primavera do Leste (MT), rodaram lotes pontuais para consumidores domésticos por cerca de R$ 25/saca FOB, para pagamento antecipado e retirada imediata. 

“Mas a maior parte dos negócios tem sido travada com tradings para exportação. Ontem, elas elevaram em R$ 0,50/saca o valor ofertado, na comparação com terça-feira, chegando a R$ 27/saca FOB para embarque em outubro e pagamento no início de novembro. Para retirada em setembro e pagamento em outubro, a proposta era de R$ 26. Mas não foram feitos acordos”, explica o analista Luiz Fernando Pacheco. 

Um corretor local disse que “o produtor acha que os prazos de pagamento e de embarque estão longos. Tem comprador que fala em embarcar em novembro e dezembro. Tem rodado para exportação, mas não muita coisa”.
 
Para a safrinha 2019, somente duas empresas apresentavam propostas de compra na faixa de R$ 25/saca, com retirada e pagamento em outubro do ano que vem. “Este preço vem se mantendo e até atrai vendedores, mas estes só aceitariam fechar acordo se o prazo de embarque fosse julho e o de pagamento, agosto. Incertezas sobre os preços do frete continuam prejudicando a negociação antecipada da segunda safra do próximo ano”, conclui Pacheco.